O toque do piano de Frank Kimbrough é imprevisível. Não em
termos de qualidade— ele está sempre “ligado”— mas nos termos de conteúdo,
direção e execução. É um instrumentista genuinamente espontâneo. Ele pode soar
farpado ainda que romântico, ativo, mas introspectivo, funkeado, mas sem
cliché. “Quartet”, com o saxofonista alto e soprano Steve Wilson, o baixista Jay
Anderson e o baterista Lewis Nash, oferece uma abundância de interação—especialmente
entre Kimbrough e Anderson (às vezes reminiscente de Bill Evans e Scott
LaFaro). Nash, adepto de seguir a liderança de Kimbrough, acentua as
sinuosidades do grupo mais do que impulsiona a banda e os solistas. Wilson, quando
solando, frequentemente pega a dica de linearidade de Kimbrough. Ele toca,
predominantemente, alto, mas há três aparições encantadoras no soprano: “Trouble
Man” de Kurt Weill, “Beginning” de Kimbrough e “It Never Entered My Mind” de Rodgers
e Hart.
“Kudzu” é rústica,
original do sul dos Estados Unidos que relembra a Carolina do Norte, onde estão
as raízes de Kimbrough. Simples no modo de Mose Allison-encontra-Paul Bley, é
uma canção mais firmemente conduzida aqui. “November” de Kimbrough é, como o
título sugere, uma indução evocativa para uma reflexão pessoal. “Afternoon in Paris”
, de John Lewis , exibe o toque fluido e animado de Kimbrough. Ao longo deste
disco, Kimbrough e companhia demonstram o valor de aproveitar as chances. Um soberbo
trabalho.
Faixas: The Call; Blue Smoke; November; Kudzu; Trouble Man;
Herbivore; Ode; Beginning; Afternoon In Paris; It Never Entered My Mind.
Músicos: Frank Kimbrough: piano; Steve Wilson: saxofones
alto e soprano; Jay Anderson: baixo; Lewis Nash: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Owen Cordle (JazzTimes)
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