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domingo, 23 de outubro de 2016

MANUEL VALERA TRIO – LIVE AT FIREHOUSE 12 (Mavo Records)



O pianista cubano Manuel Valera, de bom grado, estende a linguagem do jazz dos seus predecessores Bebo e Chucho Valdés. Ele está confortável liderando bandas de todos os formatos, de septetos “In Motion” (Criss Cross, 2014) a performances solo, “Self Portrait” (Self Produced, 2014). Valera, então, se encontrou diante de um trio excepcional, atuando em “Live at Firehouse 12”.

A técnica orquestral e sinfônica descreve melhor a posição do piano de Valera. Seu comando completo do teclado, sua habilidade para arranjos de efeito emotivo com convincentes inícios, meios e fins e sua sensibilidade composicional proclama-o como uma brilhante e competente presença no jazz: não apenas no jazz latino, mas em todo o jazz. Sua escolha dos parceiros como o baixista Hans Glawischnig e o baterista EJ Strickland consolidam esta imagem dentro de uma fulgurante realidade.

Em seis composições inéditas e dois "standards", Valera estabelece sua inteira visão musical: precisão e retidão, cuidado e graça. Seu talento para a dramaticidade é evidenciado na abertura, "Spiral”, onde Valera desenvolve, a partir de uma quimera impressionista, uma simples nota de propulsão de poder e impulsão de força viva favorecido pela segura bateria de Strickland. Valera é todo melodia, bloco de acordes, preenchendo cada espaço essencial disponível para ele. 

Glawischnig está firme nas batidas média, mantendo as coisas encrespadas e movendo-se em conjunto. A longa peça apresenta o solo mais próximo a uma pregação de Valera no recital. Ele inicia tranquilamente, esquadrinhando os pontos harmônicos suaves, frequentemente acentuados pelos precisos estímulos de Strickland. A Glawischnig é dado amplo espaço para solo, que é trazido para a banda com a implacável mão esquerda de Valera, fazendo de "Spiral" um drama completo.

Os dois standards são excelentes. "Footprints" de Wayne Shorter apresenta a inspiração melódica de Valera para encontrar os intervalos mais agudos da melodia, enquanto ele investiga as porções sensíveis da peça. Valera extrai cada pedaço da ternura da peça. Seu real triunfo na gravação é seu tratamento de "Intermezzo Sinfonico" da ópera de Mascagni, Cavalaria Rusticana. De forma perfeita o trio interage empaticamente, que se deseja que siga tocando ....... 

Faixas: Spiral; Wayne; Footprints; Distancia; En Route; Intermesso Sinfonico from Cavalleria Rusticana; Lirico; Century.

Músicos: Manuel Valera: piano; Hans Glawischnig: baixo; EJ Strickland: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: C. Michael Bailey (AllAboutJazz)

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