De acordo com o autor premiado, psicólogo, neurocientista e
músico Daniel J. Levitin, nós todos começamos a construir nossas fronteiras
musicais aos 14 anos e tem firmemente estabelecido estes parâmetros aos 24.
Assim, para o cantor, compositor, guitarrista e percussionista brasileiro Vinicius
Cantuária, nascido em 1951 em Manaus, mas crescido no Rio, seus anos formativos
coincidem precisamente com o movimento da bossa nova. O que ajuda a explicar
porque, apesar de sua história profissional ter começado com rock e música
moderna brasileira, Cantuária está excepcionalmente afinado às singulares
temperos e nuances das joias clássicas da bossa.
Cantuária, que também serve como produtor e arranjador,
favorece uma abordagem “menos é mais” ao longo deste tributo em 13 faixas, sua
suave e granulosa voz cresce sobre um murmúrio. Embora ostensivamente um
projeto solo, ele recepciona um grupo de convidados, alguns murmúrios por trás
das raízes da música e sua expansão, outros mais proximamente alinhados à vida
corrente do jazz em Nova York.
Bill Frisell, colíder com Cantuária, em 2011, no álbum “Lágrimas
Mexicanas”, outra prova ser um simpático companheiro, providenciando
estonteante acompanhamento eletrificado em “Só Danço Samba” e “Inútil Paisagem”.
O pianista Ryuichi Sakamoto—que, no início deste século, em duas oportunidades
homenageou Jobim—gentilmente guia “Eu Não Existo Sem Você” e “Por Causa de Você”
e a agitação entrelaça Melody Gardot belamente em “Insensatez”. Para
entusiastas fervorosos de bossa nova, entretanto, as mais excitantes adições
são o guitarrista Ricardo Silveira, modelando uma serena “Garota de Ipanema” e
a lendária vocalista Joyce acariciando “Caminhos Cruzados”.
Faixas
1. Lígia 04:08
2. Caminhos cruzados 05:38
3. Vivo sonhando 02:59
4. Só danço samba 02:51
5. Eu não existo sem você 01:37
6. Este seu olhar 03:15
7. Retrato em branco e preto 03:12
8. Por causa de você 02:11
9. Garota de Ipanema 02:45
10. Felicidade 03:12
11. Insensatez 02:45
12. Inútil paisagem 03:09
13. Você vai ver 01:16
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
a seguir:
Fonte: Christopher Loudon (JazzTimes)
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