
A espécie
de aguçado jazz cibernético que o trompetista Dave Douglas realiza com o
baterista Mark Guiliana (do Donny McCaslin Quartet), com o baixista Jonathan
Maron (do Groove Collective, Maxwell) e especialista em eletrônica Shigeto (alcunha
de Zach Saginaw) em casamento bem sucedido entre o lírico e a frieza, se em “Celine”,
“Let’s Get One Thing Straight” ou “Neural”, uma vitrine para o melodismo seguro
e vigoroso de Douglas.
Douglas e
seu grupo High Risk criou algo original
aqui. “Dark Territory” é devotado, e embora use suas influências—Miles Davis,
Ministry, Nine Inch Nails, David Bowie, hip-hop— em sua audácia, com conexão
altamente estilizada, é também singular.
Pode ser
lírico também. “All The Pretty Horsepower” apresenta material meditativo de Douglas
sobre a eletrônica que soa como mármores escorregadios através de uma madeira
rígida.
No lado
mais espantoso, “Let’s Get”, uma música composta por todos os membros do grupo,
inicia com arranhaduras e lamúrias e respiração pesada. As notas estão
saturadas com sustentação que eles parecem subjugar. O som escala com um
instrumento de sopro ou teclado— é Douglas ou Shigeto? —fornece o campo sônico.
Douglas
continua a impulsionar através das paisagens sonoras mutantes, organizando
poucas notas para construir uma melodia assombrosa, que sugere um triunfo, se
não prazer.
A segunda
gravação deste grupo é realmente sombria. Ao mesmo tempo está sempre buscando,
sempre inaugurando. Douglastem ditto que em “Let’s Get” ele quis o grupo para
criar uma experiência musical que estava no momento, “de algum segundo para o
próximo”.
O ato de
equilibrar-se no alto faz de “Dark Territory” excitante e necessário, como é o
caso ao longo do álbum.
Faixas:
Celine; All the Pretty Horsepower; Let’s Get One Thing Straight; Mission
Acropolis; Ridge Hill; Neural; Loom Large. (40:12)
Músicos:
Dave Douglas, trompete; Mark Guiliana, bateria; Jonathan Maron, baixo; Shigeto,
eletrônica.
Fonte: Carlo
Wolff DownBeat)
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