
Porém, é fascinante ouvir, ao final da carreira, Ellington ir
para o experimental, admitindo aparatos de estúdio. Dois dos trabalhos
apresentados, repartidos por faixas alternativas, “Alerado” tem a forma mais
segura. É aparentada ao blues, samba introduzido com flauta africana, embora as
raízes de Ellington enrede-se com ritmos brasileiros e principiou a crescer na
Alemanha. Algo que surpreende como ele rapidamente executa as tomadas uma após
a outra, como se as abordagens deles foram muito debatidas ou decididas em
pleno voo. A primeira tomada é pastoral; a segunda apresenta a banda mais
assertiva que se arremete contra o órgão de Ellington com fraseado à la Jimmy
Smith e a terceira é bastante improvisada comandada pelo saxofone tenor de
Harold Ashby. Este, claramente, é o próprio desfrute de Duke.
As três tomadas de “Afrique” poderia ter sido retirada de
algum projeto bizarro. A primeira é a melhor e puro painel sonoro com impulsos
do órgão rolando sobre a bateria que é uma espécie de alguma convocação tribal.
Agudas notas de piano quebram os intervalos, como a percussão necessariamente
encontra nos filmes noir, como se
alguém estivesse atrás, se aproximando, nos degraus da escada. O velho turco
rejuvenesceu.
Faixas
1 Alerado [Take 1] 3:57
2 Alerado [Take 2] 3:59
3 Alerado [Take 3] 3:25
4 Afrique [Take 1] 7:08
5 Afrique [Take 2] 5:28
6 Afrique [Take 3] [Versão Vocal ] 5:24
Fonte: Colin Fleming (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário