A saxofonista soprano e flautista canadense Jane Bunnett
continua a deixar seu caso de amor com a música afro-latina guiá-la. Aqui, ela
está diante de um sexteto completamente feminino e exibe um dos mais brilhantes
instrumentistas e vocalistas jovens que Cuba tem a oferecer.
Frequentemente no disco, as passagens do sax soprano ou
flauta de Bunnett entrelaçam-se com as harmonias vocais de vários membros do
grupo, antes de espiralar em canto de Yorubá, polirritmos batá e arranjos do
jazz moderno. As práticas ásperas do contralto de Daymé Arceno dominam a seção
vocal. Ela deslumbra em “Maqueque” de Bunnett cantando sem palavras frases
animadas por arrulhos e resmungos, enquanto a melodia da flauta de Bunnett
eleva-se sobre o piano de Danae Olano e a seção rítmica permeia o balanço. Um
quarteto de cordas envolve a composição (e outros) admiravelmente, adicionando
outra camada de mistério.
Bunnett escreveu a maior parte das canções, que variam de
temperamento da irascível “Tormenta” ao encerramento triunfante de “Song for
Haiti”, apresentando a performance com palavras faladas de Arceno. Esta também
contribui com um par de sólidas inéditas; particularmente na movimentada “Canto
a Babba”, na qual o soprano de Bunnett desliza sobre uma paisagem cinemática. Entretanto,
o mais surpreendente e recompensador momento ocorre na elaboração do clássico
soul de Bill Withers, “Ain’t No Sunshine”. Lá, Bunnett articula a melodia da
canção no sax soprano com a guitarra de Yusa e com a poderosa líder vocal Arceno.
Faixas: Papineau; Maqueque; Tormenta, Guajira S. XXI; Ain’t
No Sunshine When She’s Gone; New Angel; Mamey Colorao; Canto a babba; De la
Habana a Canada; Song for Haiti.
Músicos: Jane Bunnett: flauta, sax soprano,voz; Daymè Arceno:
voz; Magdeleis Savigne: voz, percussão; Yissy Garcia: bateria; Yusa: baixo,
guitarra, voz; Danae Olano: piano, voz; Celia JIménez: baixo e voz.
Fonte: John Murph (JazzTimes)
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