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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

JOHN ZORN - THE TESTAMENT OF SOLOMON (Tzadik)



Alguém cuja introdução ao trabalho de John Zorn veio do mergulho em Masada Marathon no festival de jazz de Newport no verão anterior deve ser surpreendido pelo lado mais tranquilo do compositor. Se a ideia de Masada é, como Zorn tem dito “para produzir uma espécie de radical música judia ” e para “para colocar Ornette Coleman e as escalas judias juntas ” no fim ele tem, às vezes, evitado o furor de Masada e explorado uma abordagem mais suave, mais mística e minimalista através do seu Gnostic Trio.

Neste mais novo caminho, Zorn coloca seu saxofone de lado e escreve deslumbrantes melodias e teceduras contrapontuais para trio formado com o grande guitarrista Bill Frisell, com a harpista Carol Emanuel e, substituindo sua habitual bateria pelo vibrafone, o frequente colaborador de Zorn (e de Frisell) Kenny Wollesen. A música, a quarta gravação do Gnostic Trio, foi originalmente um prelúdio instrumental para o trabalho vocal de Zorn para Shir Hashirim e deixa mais campo para improvisação daquele precedente. A exuberância da harpa de Emanuel contribui com um celestial sentimento do Oriente Médio, especialmente no princípio de “Gappuha”. O impressivo trabalho de vibrafone de Wollesen ocasionalmente assume a liderança (em “Atarah”, por exemplo) e às vezes relembra o grupo de câmara de Gary Burton em colaboração com Chick Corea.

Porém, Frisell é a estrela instrumental aqui. Em algumas faixas ele está todo encrespado ressoando a melodia, como em seu próprio álbum Nashville; em outras ele usa mais os efeitos dos pedais, gotejando em colorações ricas de acordes e/ou tranquila distorção. Deste modo, Frisell, que tocou algumas coisas mais bravias de Zorn, música mais turbulenta da banda Naked City, está um pouco emparelhado com maestro como Pat Metheny esteve no ano passado no excelente Tap: John Zorn’s Book of Angels Vol. 20.

Zorn realizou a atividade de ativista maduro e suave da avant-garde quando faleceu aos 60 anos ou ele fez apenas o compreendido na multidão Whitmanesque ? Talvez os dois. Aí é que está, ele fixou outa pretensão para seu amplo alcance como compositor com este álbum adorável. 
     
    Faixas

1 Alamot (John Zorn) 4:20
2 Kotlenu (John Zorn) 4:45
3 Holat Ahavah (John Zorn) 4:24
4 'Ayummah (John Zorn) 4:32
5 Nirdi (John Zorn) 3:15
6 Asis (John Zorn) 4:31
7 'Atarah (John Zorn) 4:47
8 Tappuha John Zorn) 3:35
9 Berotim (John Zorn) 4:45
10 Otyah (John Zorn) 5:10
11 Sammatek (John Zorn) 4:27

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Bill Beuttler (JazzTimes)

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