
Porém, produz tesouros. A maioria dos fãs conhecem o
concerto do Town Hall de 17 de Maio
de 1947— o retorno de Armstrong de uma orquestra suingante para a tradição do
grupo pequeno, seu equivalente a Ellington
at Newport. Aproximadamente 70 anos depois, permanece uma gravação
indispensável. Porém, quase tão bom (melhor, em termos sonoros) é o nunca lançado
anteriormente concerto do Carnegie Hall daquele Novembro, um associado ao mais
famoso concerto Boston Symphony Hall.
Os músicos —o trombonista Jack Teagarden, o baterista Sid Catlett e os clarinetistas
Peanuts Hucko e Barney Bigard, dentre outros— é o ponto alto, e a música tem o
toque da redescoberta. A não ensaiada “Big Butter and Egg Man” e “St. Louis
Blues” em Town Hall junto com “Back O’ Town Blues” e “Lover” do Carnegie Hall
exibem o mesmo frescor e urgência que caracterizaram a então onda encrespada do
bebop. Ademais, “Back O’ Town Blues” deve
ser o mais profundo blues que Armstrong já colocou na fita, e isto quer dizer
alguma coisa.
Os concertos de 1947 são todos do domínio da RCA Victor; os
outros foram gravados por George Avakian para a Columbia. Incluído os concertos
de 1955 em Amsterdã e Milão (a junção da base principal, ao lado de uma breve
sessão de estúdio que também foi incluída no álbum “Ambassador Satch”); o
“Great Chicago Concert” de Junho de 1956; a performance de Julho de Newport
(parcialmente lançada no álbum que também apresentou Eddie Condon) e o ensaio
no Lewisohn Stadium e concerto (a
base para “Satchmo the Great” e show de 1958 em Newport que foi selecionado no filme Jazz on a Summer’s Day), mais algumas faixas órfãs de várias outras
paradas das excursões.
As coisas foram diferentes então. O All Stars revezou-se de forma competente, mas como menos músicos
como o trombonista Trummy Young e o clarinetista Edmond Hall. A música assentou-se
em um padrão. Quase todo concerto incluía o tema de Armstrong, “When It’s
Sleepy Time Down South”, bem como “ (Back Home Again In) Indiana” e (depois de 1956)
“Mack the Knife”. Mesmos os solos eram rotina. A citação de “Mary Had a Little
Lamb” do pianista Billy Kyle em “Undecided” em Newport em 1956, ainda está em Newport
em 1958. Todavia, eles encontram maneiras para atualizar as performances. Ao
lado das três canções acima, há uma grande variedade no repertório. Os solos de
Young em “The Faithful Hussar” em Milão e Chicago muito próximos, mas com
variações bastante sutis, que nunca soam aborrecidas. Ditto Hall, e Armstrong, lançam
estas pequenas mudanças em quase todo solo que executam. É fascinante
compreender o trabalho do “sempre na estrada” All Stars. O carisma incomparável de Armstrong irradia-se através
de cada performance, mesmo quando ele está perdendo sua voz no Carnegie Hall.
Na caixa de “Town Hall and Carnegie Hall” estão as melhores
gravações, mas as que melhores se aproximam estão no fechamento de Newport, em
1958, com sua adrenalina furiosa em “Tiger Rag”, duas deliciosas aparições da vocalista
Velma Middleton (lamentavelmente sub-representada em “Live Recordings” — ela
era vítima frequente do expurgo editorial de Avakian) e uma surpresa com a aparição de Teagarden (que reassume seu velho
papel em duo com Armstrong em “Rockin’ Chair”) e o cornetista Bobby Hackett.
Todos juntos, embora, a coleção da Mosaic
(completada com notas extensivas pelo estudioso em Armstrong, Ricky Riccardi) não
contempla nada sem valor, e é uma adição valiosa para o catálogo do jazz. Não
pode seu mérito ser tomado como privilégio? É Pops, depois de tudo, que mesmo
um sociopata não pode ouvir por mais de 15 segundos sem sorrir.
Fonte: Michael J. West (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário