
“Bad Call”, a faixa de abertura, tem sentimento mais sombrio
e mais ominoso que a maioria das outras ofertas, mas ,de muitas formas, ela
estabelece o tom. Após uma introdução furtiva de baixo/piano, Rathbun e o
pianista Phil Markowitz desliza em rajadas bop cobertas por um acorde
ascendente, temperando a urgência com um jubiloso senso de exploração e
descoberta. Markowitz, entretanto, age profundamente, entremeando suas rápidas
sucessões de notas com entalhes oblíquos e afiados. Rathbun, em sua total
riqueza de entonação, soa igualmente conduzido, como se ele desfraldasse
rápidos arabescos dedilhados, parando em ocasionais grasnidos à la Trane para
intensificar mais o humor.
“Playpen”, em contraste, vive intensamente seu nome,
enquanto evita a preciosidade. As linhas de Rathbun dançam e deslizam, refletindo
inocente surpresa e talento artístico bem afiado. “Tears and Fears” encontra Rathbun
no saxofone soprano, explorando uma escassa paisagem sonora com intrépida determinação.
Em “Etude”, o trabalho encerra, e ele convoca uma sardônica brincadeira como se
fosse um fagote em baixo registro, antes de intensificar sua entonação e voar em rangidos livres , misturando paixão,
liberdade investigadora e controle.
Faixas: Bad Call; Tears and Fears; Playpen; Pencil and
Paper; Crawl Out; Sleep Please; Swing Set; Counterpoint; Sculpy; Again?; Etude.
Músicos: Andrew Rathbun: palhetas, voz; Phil Markowitz:
piano; Jay Anderson: baixo; Bill Stewart: bateria; Taylor Haskins: trompete (8,
10).
Fonte: David Whiteis (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário