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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

DAVID VIRELLES – MBÓKÒ (ECM Records)



Entre jovens pianistas de jazz com técnica excepcional, David Virelles é atípico em sua disposição para realizar ataques úteis para uma causa esotérica e um conceito minimalista.

O subtítulo de “Mbókò” e “Sagrada Música para Piano, Dois Baixos, Bateria e Biankoméko Abakuá”. “Sagrado” refere-se às raízes da música nos rituais da Sociedade Secreta Abakuá, que veio do Oeste da África para o país de Virelles, Cuba. Dois baixistas, Thomas Morgan e Robert Hurst, criam zumbido dual no baixo. Os bateristas Marcus Gilmore e Román Díaz, que tocam um conjunto de quatro baterias chamado biankoméko, invocam êxtase, intermitente, em sua maioria, tranquilas polirritmias. Neste ambiente de suspense implícito e ardor sublimado, o piano de Virelles ostenta grupos de cores na abertura dos espaços ou não.

Mbókò requer paciência e fé. As primeiras duas faixas, “Wind Rose” e “The Scribe”, estão em um ambiente de sonho. Pequenos incrementos de intensidade alcançam possíveis significados. “Biankoméko”, a terceira faixa, não ”vai” para qualquer lugar. É um círculo em si mesma, uma cerimônia efervescente, a mão direita de Virelles ressoando vibrações. Às vezes os dois baixistas mudam o zumbido para adicionar um terceiro ou quarto acento dominante. Na quarta faixa, “Antillais”, encerra liberação de energia, os quatro instrumentistas do ritmo   ressoando e pulsando, Virelles golpeando e arejando no meio deles.

Uma peça como “Stories Waiting to Be Told”, mesmo só ao piano, aplicando imagens melódicas fragmentadas sobre o silêncio, cria expectativa. Você conhece a bateria, os zumbidos, os ritmos adicionais estão esperando. E os ritmos vêm, mas as respostas de Virelles só com mais mistérios prolongados. Esta música contém uma larga variedade de pequenos eventos sônicos. Eles acumulam desenhos que são todos conotações, como sucessões rápidas de notas.

O jazz como forma de arte ocupa um local de alto valor agora. Aqueles que podem dar-se a esta música e deixá-la acontecer serão bem recompensados com uma experiência única. 

Faixas: Wind Rose (Antrgofoko Mokoirén); The Scribe (Tratado de Mpegó); Biankoméko; Antillais (A Quintín Bandera); Aberiñán y Aberisún; Seven, Through the Divination Horn; Stories Waiting to Be Told; Transmission; The Highest One; Èfé (A María Teresa Vera).

Músicos: David Virelles: piano; Thomas Morgan: baixo; Robert Hurst: baixo; Marcus Gilmore: bateria; Román Diaz: biankoméko, vocal.

Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)

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