Led Bib estende seu alcance e aprofunda sua complexidade em
“The People in Your Neighbourhood”, o quinto álbum em estúdio próprio do
impetuoso quinteto britânico. O grupo— o baterista Mark Holub, o baixista Liran
Donin, o tecladista Toby McLaren e os saxofonistas alto, que duelam, Pete
Grogan e Chris Williams— apresenta dificuldade em categorizá-lo: Muitas destas
onze composições têm movimentos distintos reminiscentes do rock; a linguagem
bombástica sugere a decadência da arena do rock e do heavy metal e a atitude é
plenamente punk. Porém, o que reina de forma suprema é a sofisticada
improvisação, mais conhecida como jazz.
A despeito da pronunciada agressividade, outros humores —celebração,
nostalgia—prevalecem. Um ritmo animado e o tema introduz a jovial “New Teles”
sovando a bateria, pulsando o baixo e rajadas eletrônicas interrompem a festa. O
prólogo meditativo de “Giant Bean” soa como um hino fúnebre em tom menor como
tocado pelo Iron Maiden, porém a
canção muda abruptamente: Um sax sopra notas sustentadas, enquanto outros
grasnam —e então a canção transforma-se outra vez (aquela complexidade) com um
ritmo inteiramente novo, linhas do baixo e estrutura de acordes. Mais complexidade:
“Curly Kale” mantém a mudança do tempo das marcações — quatro compassos de 3/4 mais
uma batida extra, então 7/8 para uma substituição e então repetindo duas frases
com dois compassos em 4/4. “Orphan Elephants”, tomado em 7/8 com um vago
sentimento de reggae, salta ao lado de uma batida que evoca um passo de um
elefantinho, então cresce assim tranquilo e abertamente, então finalmente
desenvolve-se no épico. Realmente, “The People in Your Neighbourhood” não é
todo tempestuoso; momentos tranquilos são valorizados, conforme revelado por “Angry
Waters (Lost to Sea) ”, que inicia como uma bela balada antes de entrar no
torvelinho de um furacão e pela melancolia de “Recycling Saga”.
Led Bib lançou, também, uma gravação ao vivo em vinil (e download digital), “The Good Egg”, retirada
de um concerto no Vortex Jazz Club em
Londres. Três das quatro canções são repetidas do “The People in Your
Neighbourhood”, mas elas são mais longas e mais assentadas sobre expressão individual.
No estúdio, Led Bib não sola muito, preferindo a improvisação do grupo. Em “The
Good Egg”, os músicos estendem-se e projetam-se. Há um belo intercâmbio entre
sax e baixo em “Giant Bean”, uma conversação suave entre o piano e o sax em
“Recycling Saga”, e um solo beligerante de McLaren em um piano elétrico
distorcido, que constitui a mais revigorante passagem em cada álbum. Esquisitamente,
a gravação ao vivo oferece um olhar rápido no lado menos agressivo de Led Bib, mas
os dois álbuns são montagens de uma banda, que continua a ser um pouco
divertida para observar e ouvir.
Fonte: Steve Greenlee (JazzTimes)
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