O álbum mais celebrado de Sonny Rollins do século XXI é, e
deverá ser, “Without a Song: The 9/11 Concert”. Em parte por causa das
circunstâncias trágicas por trás da sua gênese. Quatro dias após a destruição
do World Trade Center em 2001, que
deixou- o preso no centro de Manhattan sem eletricidade, Rollins fez uma
difícil viagem a Boston para manter um compromisso agendado previamente com o Berklee Performance Center. As
circunstâncias provocaram algo profundo no toque de Rollins naquela noite de
Setembro, e o concerto foi uma vez mais foi uma efusão de emoções, uma
celebração de impulso criativo e uma exibição espetacular inspirada na
invencibilidade face ao terror.
A maior novidade sobre “Holding the Stage”, a mais recente
parte da continuação das compilações ao vivo da série Road Shows, é que apresenta a meia hora final daquele concerto de Boston
pela primeira vez em disco. Porque estas quatro faixas não foram incluídas em “Without
a Song” ?. Alguém presume que o tempo de
duração e o fluxo do programa usem outros fatores, mas as maiores controvérsias
são técnicas. Um pouco de estouros se perdem, cliques e distorções irrompem e
deprecia a música aqui e lá, e o saxofone está distante, às vezes, também
porque seu microfone não estava funcionando bem, ele estava tocando à distância
ou ambos. Em um ponto a banda completa parece ir mais longe, sugerindo que
passaram para uma origem de gravação mais remota (Será que a fita da caixa de
ressonância tinha esgotado?).
Quaisquer queixas relatadas do áudio são menores, embora, comparadas
com a vibração deste material em passada circulação geral. “You’re Mine You” primeiro
é elevada, essencialmente uma variação de “Body and Soul”, que é um perfeito
veículo para Rollins sacudir, tecer e provocar a mesma nota a partir de
múltiplas direções. A próxima a vir “Sweet Leilani”, uma música encantadora que
Rollins assenta sobre a desconstrução com o maior bom humor. Sete minutos nos
quais a banda para e o saxofonista executa uma longa e maravilhosa
improvisação, que segue para o fechamento na tradicional “Don’t Stop the
Carnival”, esticada para jubilantes, aproximadamente, 10 minutos. “Obrigado, senhoras
e senhores”, Rollins fala para a plateia, “nós nos veremos breve por
aí.......esperançosamente”. Então, ele pensa melhor sobre o equívoco da
declaração e acrescenta com gosto, “Nós estaremos de volta. Vocês estarão de
volta, também. Nós todos voltaremos! ” Sabendo o que tinha ocorrido quatro dias
antes , é um momento de dar nó na garganta.
O restante do álbum viaja através de três décadas, de uma
energética tomada, em 1979, em um período de curiosidade em “Disco Monk” à
curta e inspiradora versão, em 2012, de “Mixed Emotions”, gravada em Praga apenas
poucos dias antes da possível aposentadoria de performances ao vivo. Na
abertura de “In a Sentimental Mood”, ocorrida no Barbican Centre em Londres em 2007, Rollins desfia a melodia de Ellington
como um novelo de lã, então envia em direção aos céus um acompanhamento em
passeio livre. Durante uma apresentação hipnotizante, em 2006, de “H.S.” em
Toulouse, ele repetidamente transforma sua entonação do seu usual bramido
robusto a um grito nasal que faz você pensar em encantadores de serpentes. E na
firmemente suingante, “Keep Hold of Yourself”, capturada em 1996, em uma
excursão a Paris, o toque bravio do pianista Stephen Scott impulsiona Rollins a
um solo similar a um furacão. Há uma plenitude de ouro a ser encontrado aqui,
mas as faixas de Boston assumem a posição principal.
Faixas: In A Sentimental Mood; Professor Paul; Mixed
Emotions; Keep Hold Of Yourself; Disco Monk; You're Mine You; H.S.; Medley:
Sweet Leilani, Solo (Rollins only), Don't Stop The Carnival.
Músicos: Sonny Rollins: saxofone tenor; Bobby Broom:
guitarra (1, 7); Bob Cranshaw: baixo (1, 2, 4, 6-8, 10); Jerome Jennings:
bateria (1); Kimati Dinizulu: percussão (1, 6-8, 10); Peter Bernstein: guitarra
(2); Kobie Watkins: bateria (2); Sammy Figueroa: percussão (2); Saul Rubin:
guitarra (3); Clifton Anderson: trombone (4, 6, 8, 10); Stephen Scott: piano
(4, 6, 8, 10); Harold Summey Jr.: bateria (4); Victor See Yuen: percussão (4);
Mark Soskin: piano (5); Jerome Harris: baixo (5); Al Foster: bateria (5);
Victor Lewis: bateria (7); Perry Wilson: bateria (6, 8, 10).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Mac Randall (JazzTimes)
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