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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

WADADA LEO SMITH – RED HILL (RareNoiseRecords)




A devoção do trompetista Wadada Leo Smith pela avant-garde tem se mantido firme ao longo de décadas, mas seu novo trabalho “Red Hill” é mesmo mais livre do que aquele que o precedeu. Não há ritmos, métricas, melodias, progressões de acordes, linhas de baixo ou estruturas de qualquer outra espécie ao longo de seis longas faixas. Embora tal aderência para completar a liberdade tenha produzido alguns resultados particulares por muitos artistas ao longo dos anos, “Red Hill” é difícil animar.

Um extenso e angustiado trompete irrompe para introduzir “Gneiss” e, como usualmente faz, Smith emprega generoso uso do espaço, como faz os companheiros de grupo, Jamie Saft (piano), Joe Morris (baixo) e Balazs Pandi (bateria). A proclamação anuncia vários minutos de perambulação e movimentos sinuosos que constroem uma energia, mas nunca se une em torno de uma ideia. Embora outras peças pareçam não saber aonde vão, há momentos de brilho. Doze minutos de “Janus Face”, o quarteto agita bastante energia para iluminar uma pequena cidade a despeito da ausência de finalidade. Passagens em todo lugar parecem secas ou secundárias. O deslizante Saft com pegadas agressivas sugerem uma deliberada imitação de Cecil Taylor, e Smith frequentemente desprende-se como se não soubesse o que faria, tal como quando ele sopra hesitantemente sobre o monótono ribombo da seção rítmica em “Tragic Wisdom”. Algo é deixado para mais peças como a espaçosa “Agpaitic”, notável pelo ataque barulhento do computador de Saft no Fender Rhodes.

Smith, que está no jogo do free-jazz desde os anos 60, tem visto seu sortimento crescer dramaticamente em anos recentes no vigor de alguns álbuns e projetos notavelmente criativos. Porém, ele tem feito coisa melhor antes de “Red Hill”, e certamente ele fará melhor outra vez.
Faixas: Gneiss; Janus Face; Agpaitic; Tragic Wisdom; Debts Of Honor; Arfvedsonite.

Músicos: Wadada Leo Smith,trompete; Jamie Saft, piano, Fender Rhodes; Joe Morris, baixo; Balazs Pandi, bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Steve Greenlee (JazzTimes)

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