
Um extenso e angustiado trompete irrompe para introduzir “Gneiss”
e, como usualmente faz, Smith emprega generoso uso do espaço, como faz os companheiros
de grupo, Jamie Saft (piano), Joe Morris (baixo) e Balazs Pandi (bateria). A
proclamação anuncia vários minutos de perambulação e movimentos sinuosos que
constroem uma energia, mas nunca se une em torno de uma ideia. Embora outras
peças pareçam não saber aonde vão, há momentos de brilho. Doze minutos de “Janus
Face”, o quarteto agita bastante energia para iluminar uma pequena cidade a
despeito da ausência de finalidade. Passagens em todo lugar parecem secas ou secundárias.
O deslizante Saft com pegadas agressivas sugerem uma deliberada imitação de
Cecil Taylor, e Smith frequentemente desprende-se como se não soubesse o que
faria, tal como quando ele sopra hesitantemente sobre o monótono ribombo da
seção rítmica em “Tragic Wisdom”. Algo é deixado para mais peças como a
espaçosa “Agpaitic”, notável pelo ataque barulhento do computador de Saft no Fender Rhodes.
Smith, que está no jogo do free-jazz desde os anos 60, tem visto seu sortimento crescer
dramaticamente em anos recentes no vigor de alguns álbuns e projetos notavelmente
criativos. Porém, ele tem feito coisa melhor antes de “Red Hill”, e certamente
ele fará melhor outra vez.
Faixas: Gneiss; Janus Face; Agpaitic; Tragic Wisdom; Debts
Of Honor; Arfvedsonite.
Músicos: Wadada Leo Smith,trompete; Jamie Saft, piano,
Fender Rhodes; Joe Morris, baixo; Balazs Pandi, bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Steve Greenlee (JazzTimes)
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