Embora seu título seja emprestado do Corinto, referindo-se a
como uma linguagem não familiar, fala não para o homem, mas para Deus, o
lançamento de Luciana Souza, ”Speaking in Tongues”, também alinha com outra
referência ao Velho Testamento. Em vez disto, sua síntese de variadas culturas
e mistura de influências, parece ser anti-Babel: demonstrando como múltiplas
linguagens musicais podem vir juntas em harmonia audaciosa, criando um
inteiramente invulgar dialeto ainda que universal.
Produzido pelo marido de Souza, Larry Klein, o álbum junta a
cantora, pianista e compositora brasileira com quatro artistas, que ela nunca
havia trabalhado antes: do Benin, o guitarrista e vocalista Lionel Loueke; da
Suíça, o virtuoso da gaita Grégoire Maret; da Itália, via Suécia, o baixista Massimo
Biolcati e do Texas, o baterista Kendrick Scott. Juntos eles entrelaçam uma capacidade de
elaboração, criando sete poemas sem palavras— quatro escritos por Souza, uma
por Loueke, um por Scott (com Mike Moreno) e um por Gary Versace. Seus variados
matizes são tão arrojados, quanto vibrantes. Entre elas: a silente gloria de “Hymn”,
a meditativa pureza de “A Pebble in Still Water”, a jubilosa cacofonia de “At
the Fair”, o clamor tribal de “Filhos de Gandhi” e, com seu poderoso suporte
africano, a explosiva e eufórica “Straw Hat”.
As duas faixas restantes apresentam letra atual. Souza infere
que ela está indo incorporar palavras genuínas, ela precisa buscar uma origem
estimada. Assim, ajustando a música para dois poemas de Leonard Cohen, ela
amplifica “Tongues” com romantismo surreal e bilateral de “Split” e desconsolo
melancólico de “No One to Follow”.
Faixas
1 At the Fair (Luciana Souza ( 5:42
2 Hymn (Gary Versace) 5:19
3 Straw Hat (Luciana Souza) 5:41
4 Split (Leonard Cohen / Luciana Souza) 5:20
5 Filhos de Gandhi (Luciana Souza) 7:20
6 A Pebble in Still Water (Mike Moreno / Kendrick Scott)
4:16
7 Free At Last (Luciana Souza) 5:06
8 A.M. (Lionel Loueke) 4:54
9 No One to Follow (Leonard Cohen / Luciana Souza) 4:08
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Christopher Loudon (JazzTimes)
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