Dentro da trajetória das gravações da canadense Melissa
Stylianou em Nova York —quatro álbuns anteriores firmes e com crescente
autoridade e simplicidade— é seguramente surpreendente que “No Regrets” seja
assim extraordinariamente bom. Os usuais acompanhantes de Stylianou foram
substituídos por trio estelar formado pelo pianista Bruce Barth, pela baixista
Linda Oh e pelo baterista Matt Wilson. Dois similarmente estelares
instrumentistas convidados — o saxofonista alto Billy Drewes e a clarinetista
Anat Cohen (também atuante no lançamento anterior de Stylianou, ”Silent Movie”,
de 2012) — atuam em duas faixas cada.
Tudo intencionalmente está dentro da velha escola. A lista
de cansativos standards combina vigorosas
joias— “Nice Work If You Can Get It” dos Gershwins, “I Got It Bad (and That
Ain’t Good) ” de Ellington —com gemas menos familiares como “A Nightingale Can
Sing the Blues” de Dick Charles e “Somebody’s
on My Mind” de Larry Marks, Billie Holiday e Arthur Herzog Jr. A atual gravação,
idealizada por Oded Lev-Ari, foi feita com duas faixas ao vivo em uma sessão
maratona, que encerrou até um pouco depois do meio dia : sem edição,
duplicações ou velhacaria tecnológica.
O espírito é suave e natural, Stylianou e companhia sedimentando-se
dentro de uma enevoada e aconchegante meia noite e meia. Suas leituras são
invariavelmente astutas, com todos seus cinco companheiros de banda engendrando
integralmente cuidadosos encorajamentos: a linha do baixo suavemente propulsiva
de Oh vaga sob “I Wish I Knew”, o persuasivamente ansioso clarinete de Cohen em
“I’ll Never Be the Same”, o ritmo de conto de fadas da interação entre Barth e
Wilson em “Polka Dots and Moonbeams”, o alvoroço vivo do sax de Drewes em “I
Got It Bad”. Espirituoso. Sem emendas. Formidável.
Faixas: Nice Work if You Can Get It; Remind Me; I Got It
Bad; Humming to Myself; I Wish I Knew; Somebody's on My Mind; Down by the
Salley Gardens; A Nightingale Can Sing the Blues; I'll Never Be the Same; Polka
Dots and Moonbeams; I Mean You.
Músicos: Melissa Stylianou: vocal; Bruce Barth: piano; Linda
Oh: contrabaixo; Matt Wilson: bateria. Ospiti: Anat Cohen: clarinete; Billy
Drewes: sax alto.
Fonte: Christopher Loudon (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário