“Returns” inicia bem livremente assim como se fosse uma
escuta furtiva em três particulares animações. O pianista Cory Smythe estabelece
uma melodia sobressalente fora do tempo, enquanto Sorey e o baixista
Christopher Tordini bate e deixa notas suaves lentamente enfraquecer-se. Em cinco
minutos, o trio finalmente junta-se para uma interação livre, que rapidamente
acalma e retorna à melodia frugal do piano que traz alguma claridade à peça. Em
“Template” (que originalmente apareceu no disco “That/Not” do baterista), Sorey
estabelece o tempo, que se mantém inconstante sobre o regular, mas igualmente a
desassossegada linha do piano.
Nas duas faixas restantes, Sorey trabalha com estruturas
maiores, intrigantes por diferentes razões. “Movement”, com aproximadamente
vinte minutos, oferece uma delicada e rica peça para piano inspirada em Brahms,
Debussy e Bill Evans. Seu suave movimento com fluxo livre, soa através da
composição, enquanto mantém um sentimento de espontaneidade. Inversamente, “A
Love Song” inspira-se em Morton Feldman: Uma série de notas desacompanhadas de
piano, que se repetem em velocidades mutáveis, cativantes e perturbadoras. Quando
Sorey e Tordini finalmente aparecem na metade do caminho através da peça de 30
minutos, o breve solo do baixista encerra a longa tensão, finalmente guiando
para um lento balanço de 6/8. Smythe nunca se eleva sobre um suave murmúrio,
mas a antecipação finalmente obtém sucesso. Não é uma audição fácil, mas é algo
absorvente.
Faixas: Returns; Movement;
Template; A Love Song.
Músicos: Tyshawn Sorey: bateria; Cory Smythe: piano;
Christopher Tordini: baixo.
Fonte: Mike Shanley (JazzTimes)
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