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domingo, 1 de janeiro de 2017

VALERY PONOMAREV JAZZ BIG BAND – OUR FATHER WHO ART BLAKEY (Zoho Music)



Quem é o músico favorito do trompetista russo Valery Ponomarev?.  Uma dica deve ser encontrada no primeiro CD de Ponomarev como líder de sua orquestra instalada em Nova York: “Our Father Who Art Blakey”. A primeira gravação de jazz que ele ouviu enquanto ainda estava na Rússia, Ponomarev relembra, foi da Jazz Messengers  de Blakey com o trompetista  Lee Morgan tocando o marco jazzista do pianista Bobby Timmons, "Moanin'". Mais tarde, Ponomarev foi capaz de tocar a música (e muitas outras) como um membro do Messengers no final dos anos 70, no qual o irreprimível Blakey atuou como seu amigo, mentor "e pai jazzístico".

Ponomarev continua recompensando este débito, desta vez transpondo músicas associadas aos Messengers para o formato de orquestra, enquanto adiciona um par de seus expressivos projetos (a breve “abertura de cortina” "Overture" e a condimentada "Gina's Cooking") à mistura. A banda é reforçada em dois números ("Moanin'", "Blues March") por outro ex  Messenger, o ilustre saxofonista tenor Benny Golson (ainda suingando aos 85 anos), que compôs “Blues March" para o próprio Blakey  (o baterista Victor Jones atua admiravelmente nesta versão). Completando o programa do concerto estão "Crisis" de Freddie Hubbard e um par de sucessos de Duke Jordan, "Jordu" (divulgada pelo renomado Max Roach / Clifford Brown Quintet) e "No Hay Problemas".

A audição dos arranjos de Ponomarev demonstra que suas raízes estão no bop. Não que qualquer um soe ao menos datado, mas os desenhos harmônicos e padrões rítmicos teriam estado diretamente nos álbuns da Blue Note nos anos 50 ou 60. Ponomarev tomou estes componentes e os redesenhou para uma audiência do século XXI. É uma estratégia que funciona bem ao longo do trabalho. A vívida "Overture" de Ponomarev que dura menos de um minuto, passa diretamente para "Moanin' " e o primeiro dos solos de mestre de Golson. "Crisis", do álbum de 1961, “Mosiac”, é um balançante tempo médio que apresenta o trompetista Josh Evans, o tenorista Steven Carrington e o trombonista Stafford Hunter. "Jordu" é a próxima (trabalho hermético da banda salientado pelos solos brilhantes do trompetista Chris Rogers e do tenorista Peter Brainin), seguido pela saltitante "No Hay Problemas", apresentando Evans, Carrington e o baterista Jones.

O saxofonista barítono Anthony Nelson é eloquente em "Gina's Cooking", como o são Rogers, o altoísta Todd Bashore e o pianista Mamiko Watanabe. Golson faz seu segundo solo, e Ponomarev o seu primeiro, na icônica "Blues March", que encerra o concerto em nota animada pontuada por robustos manifestos de Bashore, Watanabe, Jones e do trombonista Corey Wallace. Em suma, uma esplêndida performance, que incluí a determinada postura tradicional de Ponomarev , enquanto aponta inflexivelmente para o futuro. Em algum lugar, Art Blakey deve estar sorrindo largamente.

Faixa: Overture; Moanin’; Crisis; Jordu; No Hay Problemas; Gina’s Cooking; Blues March.

Músicos: Valery Ponomarev: compositor, arranjador, maestro, trompete. Faixas 1, 3-6 —Rick Henly: trompete; Eddie Allen: trompete; Josh Evans: trompete; Chris Rogers: trompete; Todd Bashore: sax alto; Chris Hemingway: sax alto; Peter Brainin: sax tenor; Steven Carrington: sax tenor; Anthony Nelson: sax barítono; Stafford Hunter: trombone; Alvin Walker: trombone; David White: trombone; Jack Jeffers: trombone; Mamiko Watanabe: piano; Ruslan Khain: baixo; Victor Jones: bateria. Faixas 2, 7 – Waldron Ricks: trompete (por Eddie Allen); Andrew Gould: sax tenor (por Peter Brainin); Corey Wallace: trombone (por David White); Danny Hall: trombone (por Alvin Walker). Convidado especial – Benny Golson: saxofone tenor (2, 7).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Jack Bowers (AllAboutJazz)

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