Quem é o músico favorito do trompetista russo Valery
Ponomarev?. Uma dica deve ser encontrada
no primeiro CD de Ponomarev como líder de sua orquestra instalada em Nova York:
“Our Father Who Art Blakey”. A primeira gravação de jazz que ele ouviu enquanto
ainda estava na Rússia, Ponomarev relembra, foi da Jazz Messengers de Blakey
com o trompetista Lee Morgan tocando o
marco jazzista do pianista Bobby Timmons, "Moanin'". Mais tarde,
Ponomarev foi capaz de tocar a música (e muitas outras) como um membro do Messengers no final dos anos 70, no qual
o irreprimível Blakey atuou como seu amigo, mentor "e pai jazzístico".
Ponomarev continua recompensando este débito, desta vez
transpondo músicas associadas aos Messengers
para o formato de orquestra, enquanto adiciona um par de seus expressivos projetos
(a breve “abertura de cortina” "Overture" e a condimentada
"Gina's Cooking") à mistura. A banda é reforçada em dois números
("Moanin'", "Blues March") por outro ex Messenger,
o ilustre saxofonista tenor Benny Golson (ainda suingando aos 85 anos), que
compôs “Blues March" para o próprio Blakey
(o baterista Victor Jones atua admiravelmente nesta versão). Completando
o programa do concerto estão "Crisis" de Freddie Hubbard e um par de
sucessos de Duke Jordan, "Jordu" (divulgada pelo renomado Max Roach / Clifford Brown Quintet) e
"No Hay Problemas".
A audição dos arranjos de Ponomarev demonstra que suas
raízes estão no bop. Não que qualquer um soe ao menos datado, mas os desenhos
harmônicos e padrões rítmicos teriam estado diretamente nos álbuns da Blue Note nos anos 50 ou 60. Ponomarev tomou
estes componentes e os redesenhou para uma audiência do século XXI. É uma
estratégia que funciona bem ao longo do trabalho. A vívida "Overture"
de Ponomarev que dura menos de um minuto, passa diretamente para "Moanin' "
e o primeiro dos solos de mestre de Golson. "Crisis", do álbum de 1961,
“Mosiac”, é um balançante tempo médio que apresenta o trompetista Josh Evans, o
tenorista Steven Carrington e o trombonista Stafford Hunter. "Jordu" é
a próxima (trabalho hermético da banda salientado pelos solos brilhantes do trompetista
Chris Rogers e do tenorista Peter Brainin), seguido pela saltitante "No
Hay Problemas", apresentando Evans, Carrington e o baterista Jones.
O saxofonista barítono Anthony Nelson é eloquente em
"Gina's Cooking", como o são Rogers, o altoísta Todd Bashore e o
pianista Mamiko Watanabe. Golson faz seu segundo solo, e Ponomarev o seu
primeiro, na icônica "Blues March", que encerra o concerto em nota
animada pontuada por robustos manifestos de Bashore, Watanabe, Jones e do trombonista
Corey Wallace. Em suma, uma esplêndida performance, que incluí a determinada
postura tradicional de Ponomarev , enquanto aponta inflexivelmente para o
futuro. Em algum lugar, Art Blakey deve estar sorrindo largamente.
Faixa: Overture; Moanin’; Crisis; Jordu; No Hay Problemas;
Gina’s Cooking; Blues March.
Músicos: Valery Ponomarev: compositor, arranjador, maestro,
trompete. Faixas 1, 3-6 —Rick Henly: trompete; Eddie Allen: trompete; Josh
Evans: trompete; Chris Rogers: trompete; Todd Bashore: sax alto; Chris
Hemingway: sax alto; Peter Brainin: sax tenor; Steven Carrington: sax tenor;
Anthony Nelson: sax barítono; Stafford Hunter: trombone; Alvin Walker:
trombone; David White: trombone; Jack Jeffers: trombone; Mamiko Watanabe:
piano; Ruslan Khain: baixo; Victor Jones: bateria. Faixas 2, 7 – Waldron Ricks:
trompete (por Eddie Allen); Andrew Gould: sax tenor (por Peter Brainin); Corey
Wallace: trombone (por David White); Danny Hall: trombone (por Alvin Walker).
Convidado especial – Benny Golson: saxofone tenor (2, 7).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Jack Bowers (AllAboutJazz)
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