
Os tempos mudaram. O
antigo e enfadonho MOOG tem dado passagem a sistemas menores e mais
sofisticados. "Live electronics" são floreios no jazz, e ninguém está
indo para a completa imersão mais profunda que o pianista/tecladista Denny
Zeitlin.
Zeitlin começou sua carreira no jazz—junto com sua carreira
na psiquiatria — no início dos anos 60 com uma série de álbuns com um trio de
piano acústico para a Columbia Records.
Do final dos anos 60 até o final dos anos 70 ele começou seus experimentos com
eletrônica, culminando em 1978 com sua magnificente trilha sonora
eletro-sinfônica para o filme Invasion
of the Body Snatchers. Então ele desplugou por uma década com alguns
notáveis borrifos de sons sintetizados durante sua passagem pela MaxJazz Records. No novo milênio,
Zeitlin assinou com a Sunnyside Records,
onde tem produzido a melhor e mais aventurosa música de sua carreira, incluindo
duas obras primas de piano solo, “Labyrinth (2011)” e “Precipice (2010)”, e —de
volta, outra vez, ao assento do sintetizador— a aventura solo eletro-acústica “Both/And
(2013)”.
Riding the Moment:
Duo Eletro-Acústico Improvisações
apresenta Zeitlin no sintetizador outra vez, ao lado do piano acústico, atuando
com o velho companheiro do seu trio, o baterista George Marsh.
Comparando “Both/And” e “Riding The Moment”: É mais do
mesmo, relativamente distinto. “O mesmo:
a amplitude, incandescendo de neon o som, os instrumentos sintetizados; as
batidas eletrificadas e torvelinhos, ruídos e suaves zumbidos. A distinção: a
desenfreada espontaneidade da criação do som improvisado de Zeitlin ao lado da
inspirada bateria de George Marsh.
Na música pop em particular, o uso do sintetizador frequentemente
resulta em algo gasto, persistente, som pasteurizado e numa música sem caráter.
Zeitlin não tem este problema. Ele é um músico virtuoso, assim como estará ajustado
a esta arena, e seu entrosamento com Marsh é esplêndido. A união é reminiscente
do dueto de John Coltrane/Rashied Ali em “Interstellar Space (Impulse Records,
1965) ”, não em sua intensidade — a música do final da carreira de Coltrane poderia
mais frequentemente despir o linóleo do solo— mas muita desta perfeição está no
momento da interação, o aspecto melódico do trabalho da bateria de Marsh, o
gênio e a beleza da musicalidade de Zeitlin e a simpatia de transformações em
singulares ideias entre os dois músicos.
Não deixa falha. Há um bocado de música aqui, mais do que
setenta e sete minutos. É uma mistura fascinante de sons, não há muita
limitação para os sintetizadores. Há energia, a vibração do “gravado ao vivo”
dá expressão à música, e a inspirada visão de duas épocas do jazz pega no ato a
criação espontânea, conduzindo o momento.
Faixas: Back on the Horse; Fermenting; Marching to a
Different Drummer; Setting Sail; Vortex; Broken Nest; The Visit; Wheel &
Tracks; Very Bari; Gears; Down the Rabbit Hole; Quest.
Músicos: Denny Zeitlin: piano, sintetizadores virtuais,
teclados; George Marsh: bateria e percussão.
Fonte: Dan McClenaghan (AllAboutJazz)
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