playlist Music

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

TONY MALABY – TAMARINDO : SOMOS AGUA (Clean Feed Records)



Tamarindo é um trio poderoso que toma seu tempo, conservado seu espaço e usando sagacidade de seu talento coletivo fora do comum. Tony Malaby sustenta notas longas e organiza o silêncio tão bem quanto qualquer saxofonista descendente de Roscoe Mitchell, e aficionado de construção gradual de clímaxes dentro de suas composições. O baixista William Parkeré , uma inevitável presença com sua robusta entonação em pizzicato, brilha com o arco e infatigável pioneirismo em nível afiado. Ele é habilmente complementado por judiciosa moderação e fuzilaria estratégica do baterista Nasheet Waits.

Embora solidamente compostas, as canções de Malaby (que inclui tudo até a faixa final) reflete sua experiência com a natureza da banda, realçando a vitalidade do trio. A abertura, “Mule Skinner”, reparte os espaços para solo para cada membro pavonear-se, considerando que os dois próximos números, “Loretto” e “Matik-Matik”, demonstram a facilidade do grupo para cacofonia processional e organicamente desenvolvida. A melhor e mais ambiciosa canção é “Can’t Find You…”, uma peça central de 13 minutos que se desdobra como uma fogueira no acampamento serpenteando, calmo, fantasmagórico e um pouco fantástico. Dentro de seus vívidos episódios, Parker paira como um temporal que chega, arranca notas e grita com seu arco ao lado do mesmo arco de ansiedade do instrumento de Malaby. Waits varia a textura, faz batidas esponjosas das baquetas ao tambor marcial e passa suavemente para pratos murmurantes. Neste ponto, Malaby arranca sons agonizantes como se eles fossem recém-nascidos e cria o contexto para fazer um belo som.

Não é, provavelmente, nenhuma coincidência que a faixa final, creditada aos três membros, sente-se sem propósito em comparação ao resto do disco. Tamarindo tem apenas três gravações em sete anos, e seu disco anterior foi um lançamento ao vivo, em 2010, com o trompetista convidado Wadada Leo Smith. “Somos Agua” demonstra que o relacionamento vigoroso e distinto do grupo pode continuar para vicejar sob o sutil, ainda que substancial, comando de Malaby. Eles devem abrir espaço em suas agendas ocupadas para seções mais frequentes e concertos no futuro.


Faixas: Mule Skinner; Loretto; *Matik-Matik*; Can't find you...; Bitter Dream; Little Head; Somos Agua.

Músicos: Tony Malaby: saxofones soprano e tenor; William Parker: baixo; Nasheet Waits: bateria.

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)

Nenhum comentário: