O vigoroso trompetista italiano Enrico Rava introduz seu
novo trabalho em quarteto para este “Wild Dance” junto ao seu antigo parceiro,
o trombonista Gianluca Petrella. Petrella contribuiu em três álbuns de Rava em
formato de quinteto para a ECM no pós-milênio, “Tribe (2011)”, “The Words &
The Days (2005)” e “”Easy Living (2003)”. O quarteto básico apresenta uma guitarra preferencialmente a um
piano, relembrando as gravações dos anos 1970 de Rava pela ECM com John Abercrombie, “The Pilgrim And
The Stars (1975) ” e “The Plot (1976) ”. O guitarrista Francesco Diodati é mais
um criador de texturas ao modo de Bill Frisell, contribuindo com o som do grupo
em diferentes formas de música a música. " Eu frequentemente prefiro ouvir
um guitarrista tocando atrás de um solista, ao menos porque guitarristas não
podem tocar acordes com 10 dedos " Rava brinca.
O único membro do quarteto que retorna do grupo anterior de
Rava é o baixista Gabriele Evangelista. Assim, é realmente um “novo” quarteto, uma
vez mais confirmando os instintos do líder como um hábil observador. Como ele
faz para manter tais descobertas de talentosos músicos de jazz italianos? Rava fornece-lhes
uma ampla variedade de material para trabalhar. Quase metade das faixas são
novas; as outras, sugeridas pelos membros da banda, mais para deleite de Rava,
datam dos anos 80 e 90.
"Diva" (uma das canções mais antigas) inicia o álbum
com atmosfera típica da ECM. Porém, então, "Space Girl" continua com
um ritmo vagamente marcial e uma música com uma melodia que lembra o moderno standard "Alfie", inicialmente.
"Infant" tem um início para e
segue post-bop que lembra Ornette
Coleman (que também é referenciado em "Cornette"): os solos estabelecem-se sobre um barulho
surpreendentemente desenvolvido ao fundo, relembrando-nos do trabalho inicial
de avant-garde de Rava. A
improvisação coletiva da banda segue bem neste território, como faz "Happy
Shades".
A faixa título é uma composição memorável. Porém ninguém a
identificaria como "Wild Dance" em um teste cego. É mais reflexiva
que selvagem. "F. Express" dá ao guitarrista Diodati uma chance para
seguir completamente eletrônico durante a introdução, suprindo os espaços com
efeitos de eco, mas a própria canção tem um sentimento de suingue da velha
escola. Outro exemplo da ampla variedade de humores aqui. Rava e Petrella estão
no auge da FORMA e a vigorosa seção rítmica está completamente suportiva,
alternativamente meditativa e feérica como a música demanda.
Outra gravação agradável do sempre seguro trompetista.
Espera-se, por parte dele, muitos mais projetos com pequenos grupos. Este
quarteto certamente merece outra gravação.
Faixas: Diva; Space Girl; Don’t; Infant; Sola; Not Funny;
Wild Dance; F. Express; Cornette; Overboard; Happy Shades; Monkitos;
Improvisation; Frogs.
Músicos: Enrico Rava: trompete; Francesco Diodati: guitarra;
Gabriele Evangelista: baixo; Enrico Morello: bateria; Gianluca Petrella:
trombone.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo que
segue:
Fonte: Mark Sullivan (AllAboutJazz)
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