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domingo, 19 de março de 2017

JUNIOR MANCE – JUBILATION (Delmark Records)



O pianista Junior Mance, embasado no bop, tem facilidade para improvisação e o toque blueseiro, um estilo franco “sem bobagem”. Mance iniciou sua carreira com a mistura destes traços singulares e seu toque singular, que mudou pouco ao longo da sua prolífica carreira, que se estende por meio século. 

A Delmark lançou “Jubilation”, originalmente divulgado no agora extinto selo canadense Sackville, que é uma gravação ao vivo, em Setembro de 1994 no Montreal Bistro em Toronto. Mance demonstra uma versão mais cristalizada e madura do seu som característico que não perdeu sua exuberância jovial.

O material consiste em treze standards e uma única inédita, a faixa título. A posterior é uma brilhante e incandescente canção com toque gospel, que tem um definitivo senso devocional. Os acordes densos e balançantes e os intricados floreios improvisados marcam sua performance sutil e inteligente, que mantém sua face espiritual.

Em outras partes, Mance sintoniza o virtuosismo dos mestres do stride do Harlem como na nostálgica "Just Squeeze Me". Sua sublime desconstrução da composição do pianista e líder Duke Ellington progride da exuberância à melancolia, uma mudança de humor que é refletida no emocionante toque de piano de Mance.

Igualmente empolgante é a interpretação de "Birks Works" do trompetista Dizzy Gillespie. Em seu improviso bop, Mance, às vezes , dá a impressão de dois independentes e sinérgicos instrumentistas conforme ele deixa solta uma cascata de batidas percussivas e ressonantes notas com  habilidade excitante.

Mance elegantemente embeleza o principal tema de George Gershwin, “Lady Be Good", com acordes expansivos e linhas líricas. A peça agitada permite-lhe exibir seu romantismo e seus caprichos. Entretanto, sua lenta tomada fervente em "St Louis Blues" de W.C. Handy é dramática, comovente e simultaneamente moderna e retrô.

Toques de influência clássica ocidental apimentam "What Is This Thing Called Love" de Cole Porter. Mance cria um humor apaixonado e esperançoso e a espontaneidade de suas frases diversificam no tempo e fluem com suave melancolia , às vezes, e vigoroso excitamento em outra oportunidade.

Um músico consagrado e um artista completo, Mance não tem feito um álbum fraco. Este disco, de qualquer modo, é um dos destaques da sua uniforme carreira superlativa. Graças à gravadora Delmark e à aquisição do catálogo da Sackville , esta é outra joia que foi salva da obscuridade.

Faixas: Autumn Leaves; Georgia On My Mind; Jubilation; Just Squeeze Me; The Single Petal of a Rose; Atlanta Blues; All the Things You Are; Lady Be Good; St. Louis Blues; Birks Works; Lover Man; What Is This Thing Called Love; Old Folks; Small Fry.


Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 



Fonte: Hrayr Attarian (AllAboutJazz)

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