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terça-feira, 21 de março de 2017

MATT ULERY – IN THE IVORY (Greenleaf Music)



“In the Ivory” não foi composto como uma trilha sonora, mas alguém deveria toma-lo como tal e elaborar um filme em torno da música. Matt Ulery, baixista e compositor, escreve melodias que roga por movimentos cinemáticos expansivos de planos abertos e individualidades que falem mais através de expressões faciais do que palavras. Ao centro da música de Ulery está seu trio, que está unido ao conjunto de câmara Eighth Blackbird, dois vocalistas e algumas palhetas. Se “In the Ivory” não se fixa sob o rótulo de “jazz”, não se estabelece facilmente sob qualquer outra marca confortavelmente. Várias abordagens vêm juntas para construir esta música.

Deveria ser mencionado que projetos grandes não são nada novo para Ulery. Em 2012 ele lançou o álbum duplo “By a Little Light” pela Greenleaf. “Gave Proof” inicia o novo álbum e não desperdiça nenhum tempo para provar seu vigor. Melodias minimalistas mantêm leves mudanças com mente mutável com contramelodias dos clarinetistas e flautistas e, finalmente, as cordas apresentam uma peça que parece ser o principal título. Embora o estilo à la Philip Glass de repetições ocorra ocasionalmente ao longo do álbum, Ulery nunca deixa subjugar a música. Mesmo “Resilin”, que é construída em torno dela, dura só pouco minutos, servindo mais como um interlúdio que liga os dois discos. Mais frequentemente as composições iniciam em uma pegada e expandem-se em outros territórios. Aqui, talvez, estejam os fatores de influência do jazz. “Black Squirrel”, por exemplo, começa com introdução das cordas de uma melodia por parte do piano, que, finalmente, vai para um solo livre antes do retorno da melodia.

Ulery escreveu a letra para cinco das 14 faixas, escarranchando o esotérico e o dramático. A refinada vocalista Grazyna Auguscik canta quatro canções com um acento que leva à necessidade de decifrar as implicações poéticas esboçadas da letra de Ulery. A maioria dos vocais adiciona o já expansivo sentimento do álbum, salvo por “The Farm”, cantada por Sarah Marie Young, que viaja entre o estilo poético beat da letra e a música.

O elemento que mantém o álbum consistente é a orquestração de Ulery. Ele usa as cordas e os instrumentos de palhetas para criar um som rico com o vocal e a marimba criando texturas memoráveis, mesmo quando as canções são mais complexas. O encerramento, “Viscous”, oferece o melhor exemplo: uma entonação de poema plena de zumbidos das cordas que iniciam com o calor de um hino e passa para um trabalho em tom menor. Você quase pode ver o início da passagem dos créditos.

Faixas: 

CD 1:
There's a Reason and a Thousand Ways; Mary Shelley; Write It on the Wall; Black Squirrel; The Farm; Innocent.
CD 2:
Resilin; When Everything Is Just the Same; Longing; Visceral; Sweet Bitter; Seeker; Viscous.

Músicos: Rob Clearfield: piano; Jon Deitemyer: bateria, percussão; Matt Ulery: contrabaixo, voz; Zac Brock: violino; Yvonne Lam: violino; Nicholas Photinos: violoncello; Timoty Munro: flauta; Michael Maccaferri: clarinete; Lisa Kaplan: piano; Gregory Beyer: marimba, vibrafone, berimbau, maracas; Sarah Marie Young: voz; Erik Hall: voz; Corbett Lunsford: voz; Grazyna Auguscik: voz.

Fonte: Mike Shanley (JazzTimes)

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