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quarta-feira, 15 de março de 2017

RAYFORD GRIFFIN – REFLECTIONS OF BROWNIE (RazorEdge)



Poucos músicos podem reivindicar ter tamanho impacto no jazz como o trompetista Clifford Brown (1930–1956) , e ele conseguiu nos três curtos anos de gravação. O imensamente premiado trompetista—cuja morte em um acidente de carro aos 25 anos de idade foi uma das grandes tragédias no jazz—foi um pioneiro do hard-bop, um músico cuja amabilidade, entonação afetuosa e fraseado melodioso, influenciou gerações de trompetistas, de Lee Morgan a Roy Hargrove. Sobre décadas, incontáveis músicos foram tocados pela música de Brown e o legado imaculado, e foram procurados para apresentar seus respeitos através de álbuns tributos e homenagens. “I Remember Clifford” de Benny Golson virou um standard não apenas por sua beleza, mas também por causa da bela biografia que a inspirou. Similarmente, a estreia do vibrafonista Lem Winchester em 1958—uma colaboração com o Ramsey Lewis Trio que focou em canções associadas a Brown— veio a ser um apreciado item de colecionador. O mais recente tributo é um tocante álbum de um dos sobrinhos de Brown, Rayford Griffin, um baterista completo que trabalha com Stanley Clarke e Dave Koz. O álbum de Griffin é singular ao homenagear através da reinvenção, buscando capturar o espírito da música de Brown, na forma como o falecido trompetista deve ser oferecido hoje. Contribuindo para o moderno sentimento estão convidados que marcam uma linha de frente de trompetistas primeira: Hargrove, Rick Braun, Nicholas Payton e o neto de Brown, Clifford Brown III. O falecido tecladista icônico, George Duke (1946–2013), também empresta seu talento neste formidável álbum. O resultado é um animada e enriquecedora travessura através de alguns clássicos de todos os tempos de Brown. Uma tomada neo-soul em “Daahoud” desfralda a bandeira rapidamente e estende o sentimento rústico, enquanto “Cherokee”, que Brown interpretou em empolados movimentos rápidos em “Study In Brown”, de 1955, balança ao lado de um passo encrespado. O blues “Sandu” é revigorado com um linha melodiosa com passo tartemudeante e acompnhamento colorido nos teclados, e à exotica “Jordu” é dada uma sacudidela extra através das linhas irascíveis do guitarrista Everette Harp. O programa culmina com “Joy Spring”, que apresenta sólido toque de bateria de Griffin e plenitude de explosões vindo dos trompetistas. O fato de que os músicos ainda estejam saudando Brown, aproximadamente 50 anos após a sua morte, é um testemunho da sua importância. Porém, como crédito para Griffin, este álbum é mais que um típico álbum tributo. Está imbuído de uma espécie diferente de admiração e respeito. Clifford Brown faz parte da família real do jazz, mas, para Griffin, ele foi simplesmente da família.

Faixas: Daahoud; Cherokee; Jordu; Willow Weep For Me; Sandu; Joy Spring.

Músicos: Rayford Griffin: bateria; Phillpe Saisse: teclados; Everette Harp; sax; Doug Webb: sax; Rick Braun: trompete; Brian Bromberg: baixo; Michael "Patches" Stewart: trompete; George Duke: teclados; Nicolas Peyton: trompete; Roy Hargrove: trompete.

Fonte: BRIAN ZIMMERMAN (DownBeat)

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