Poucos
músicos podem reivindicar ter tamanho impacto no jazz como o trompetista
Clifford Brown (1930–1956) , e ele conseguiu nos três curtos anos de gravação. O
imensamente premiado trompetista—cuja morte em um acidente de carro aos 25 anos
de idade foi uma das grandes tragédias no jazz—foi um pioneiro do hard-bop, um músico cuja amabilidade,
entonação afetuosa e fraseado melodioso, influenciou gerações de trompetistas,
de Lee Morgan a Roy Hargrove. Sobre décadas, incontáveis músicos foram tocados
pela música de Brown e o legado imaculado, e foram procurados para apresentar
seus respeitos através de álbuns tributos e homenagens. “I Remember Clifford”
de Benny Golson virou um standard não
apenas por sua beleza, mas também por causa da bela biografia que a inspirou.
Similarmente, a estreia do vibrafonista Lem Winchester em 1958—uma colaboração
com o Ramsey Lewis Trio que focou em canções associadas a Brown— veio a ser um
apreciado item de colecionador. O mais recente tributo é um tocante álbum de um
dos sobrinhos de Brown, Rayford Griffin, um baterista completo que trabalha com
Stanley Clarke e Dave Koz. O álbum de Griffin é singular ao homenagear através
da reinvenção, buscando capturar o espírito da música de Brown, na forma como o
falecido trompetista deve ser oferecido hoje. Contribuindo para o moderno
sentimento estão convidados que marcam uma linha de frente de trompetistas
primeira: Hargrove, Rick Braun, Nicholas Payton e o neto de Brown, Clifford
Brown III. O falecido tecladista icônico, George Duke (1946–2013), também
empresta seu talento neste formidável álbum. O resultado é um animada e
enriquecedora travessura através de alguns clássicos de todos os tempos de Brown.
Uma tomada neo-soul em “Daahoud” desfralda
a bandeira rapidamente e estende o sentimento rústico, enquanto “Cherokee”, que
Brown interpretou em empolados movimentos rápidos em “Study In Brown”, de 1955,
balança ao lado de um passo encrespado. O blues “Sandu” é revigorado com um
linha melodiosa com passo tartemudeante e acompnhamento colorido nos teclados,
e à exotica “Jordu” é dada uma sacudidela extra através das linhas irascíveis
do guitarrista Everette Harp. O programa culmina com “Joy Spring”, que
apresenta sólido toque de bateria de Griffin e plenitude de explosões vindo dos
trompetistas. O fato de que os músicos ainda estejam saudando Brown,
aproximadamente 50 anos após a sua morte, é um testemunho da sua importância. Porém,
como crédito para Griffin, este álbum é mais que um típico álbum tributo. Está
imbuído de uma espécie diferente de admiração e respeito. Clifford Brown faz
parte da família real do jazz, mas, para Griffin, ele foi simplesmente da
família.
Faixas: Daahoud;
Cherokee; Jordu; Willow Weep For Me; Sandu; Joy Spring.
Músicos:
Rayford Griffin: bateria; Phillpe Saisse: teclados; Everette Harp; sax; Doug
Webb: sax; Rick Braun: trompete; Brian Bromberg: baixo; Michael
"Patches" Stewart: trompete; George Duke: teclados; Nicolas Peyton:
trompete; Roy Hargrove: trompete.
Fonte:
BRIAN ZIMMERMAN (DownBeat)
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