Como vivemos no mais litigioso e dividido ciclo político da
história dos Estados Unidos, “ Ted Nash Big Band Presidential Suite: Eight
Variations On Freedom” não poderia ser mais relevante. O significado chega ao
lar rapidamente e propositalmente o ex-senador do Estado de Connecticut, Joe
Lieberman, segue a abertura "Overture" com palavras de JFK, que diz,
em parte: ..."civilidade não é uma fraqueza...."
Nash é bem conhecido por sua atuação na Jazz at Lincoln Center Orchestra de Wynton Marsalis, uma associação
que data de mais de quinze anos. Com a orquestra sob seu nome, Nash lançou o
aclamado pela crítica “Chakra (Plastic Sax Records, 2013) ” e meia dúzia de discos
como líder. Altamente respeitado como saxofonista e compositor, Nash é um
compositor e arranjador nominado ao GRAMMY, bem como um multi-instrumentista de
palhetas. Mais importante, ele tem apresentado um criativo intelecto que vai
além da música para explorar materiais mais amplos.
Como compositor, Nash, simplesmente, não se deleita com o
tradicionalismo. Embora ele adira aos alicerces fundamentais, as improvisações
podem refletir um amplo senso de abertura para livre criação e a combinação é
que o faz um compositor e arranjador singular. No trabalho, oposto ao som da
orquestra, estão os solos inventivos tais como os do próprio Nash inspirado em Jawaharlal
Nehru na faixa "Spoken at Midnight" e o trompetista Kenny Rampton e o
baixista Carlos Henriquez em "The Four Freedoms" embasada no discurso
de Franklyn Delano Roosevelt. O saxofonista barítono, Joe Temperley, atua em "This
Deliverance", inspirada na peça de Winston Churchill, sugestão de Temperley.
O saxofonista, desafortunadamente, faleceu logo após a gravação de “Presidential
Suite: Eight Variations On Freedom”.
Aqueles familiarizados com a Jazz at Lincoln Center Jazz Orchestra rapidamente reconhecerão que
a orquestra de Nash é essencialmente tripulada pelo mesmo pessoal. Embora
Marsalis apareça só em "The American Promise", é uma contribuição
memorável. Ele e o solo destaque com o grande baterista Ali Jackson da JLCO e
do quinteto de Marsalis. O saxofonista tenor Walter Blanding, o pianista Dan
Nimmer e Henriquez são membros dos três grupos, bem como cada um contribui com
destacadas performances solo ao longo da suíte. O álbum encerra com "The
Time for the Healing of the Wounds" , inspirado no discurso de Nelson
Mandela, com o ritmo contagiante do mundo (e o discurso vocal do trombonista Chris
Crenshaw), o ouvinte não se move apenas pelas provocantes ideias atrás desses
discursos, mas pela impressionante inventividade de Nash na suas interpretações.
O elevado conceito por trás de “Presidential Suite: Eight
Variations On Freedom” não é novo para o ambicioso Nash. “Portrait in Seven
Shades (Jazz at Lincoln Center, 2010) ” da JLCO foi uma suíte em sete partes ,
homenageando modernos mestres da pintura Picasso, Monet, Matisse, Van Gogh,
Dali, Chagall e Pollock. Com “Presidential Suite: Eight Variations On Freedom” outro
nível de complexidade é adicionado na união dos excertos de famosos discursos
com leitores apropriados antes de ocorrer a interpretação musical de cada peça.
O trabalho, em dois discos, apresenta um segundo disco que
consiste em segmentos de música sem a narração, mas os elementos combinados não
estão omissos. O CD apresenta uma brochura de 37 páginas que inclui um fundo do
contexto histórico de cada discurso reconhecido aqui, perspectivas dos leitores
destes extratos e discernimentos pessoais dos reconhecidos autores Douglas
Brinkley e Kabir Sehgal, que servem como produtor (há seis no total) e produtor
executivo, respectivamente. Nas notas para o disco, os dois apontam
precisamente o que fez este álbum tão importante como eles mencionam como uma
sugestão fundamental para manter ..."a visão essencial da liberdade na
vanguarda dos nossos diálogos, nossas ações e nossa cultura".
Faixas: Disco 1:Overture; Joe Lieberman lê John F. Kennedy;
Ask Not [Kennedy]; Deepak Chopra lê Jawaharlal Nehru; Spoken at Midnight
[Nehru]; William vanden Heuvel lê Franklin D. Roosevelt; The Four Freedoms
[Roosevelt]; Douglas Brinkley lê Ronald Reagan; Tear Down This Wall [Reagan];
David Miliband lê Winston Churchill; This Deliverance [Winston Churchill];
Glenn Close lê Aung San Suu Kyi; Water in Cupped Hands [Suu Kyi]; Sam Waterston
lê Lyndon B. Johnson; The American Promise [Johnson]; Evander Holyfield lê
Nelson Mandela; The Time for the Healing of the Wounds [Mandela]. Disco 2: Overture;
Ask Not [Kennedy]; Spoken at Midnight [Nehru]; The Four Freedoms [Roosevelt];
Tear Down This Wall [Reagan]; This Deliverance [Winston Churchill]; Water in
Cupped Hands [Suu Kyi]; The American Promise [Johnson]; The Time for the
Healing of the Wounds [Mandela].
Músicos: Ted Nash: maestro, arranjador, saxofones alto e
soprano; Dan Nimmer: piano; Carlos Henriquez: baixos acústico e elétrico; Ali
Jackson: bateria, percussão; Sherman Irby: saxofone alto, flauta; Charles
Pillow: saxofone alto, flauta; clarinete, saxofone soprano; Victor Goines:
saxofone tenor, clarinete, clarinete baixo, flauta; Walter Blanding: saxofones
soprano e tenor, clarinete; Paul Nedzela: saxofone barítono, clarinete baixo;
Ryan Kisor: trompete (líder); Kenny Rampton: trompete; Marcus Printup:
trompete; Greg Gisbert: trompete ; Vincent Gardner: trombone (líder); Chris
Crenshaw: trombone, vocal (Disco 1:17, Disco 2:9); Elliot Mason: trombone; Zach
Adelman: percussão (Disco 1: 13, Disco 2: 7); Ansel Scholl: chocalho(Disco 1:
17, Disco 2: 9); Wynton Marsalis: trompete (Disco 1: 15, Disco 2: 8); Joe
Temperly: saxofone barítono (Disco 1: 11, Disco 2: 6); Deepak Chopra:
declamador (Disco 1: 4); Glenn Close: declamador(Disco 1: 12); Joe Lieberman: declamador
(Disco 1: 2); David Miliband: declamador (Disco 1: 10); William vanden Heuvel: declamador
(Disco 1: 6); Sam Waterston: declamador (Disco 1: 14); Andrew Young: declamador
(Disco 1: 16).
Para conhecer este trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
Fonte: Karl Ackermann (AllAboutJazz)
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