Com sua melodia pueril, cintilando o vibrafone e letra
repetida, a seção de abertura de “Reading”, que inicia “Orphic Machine”, o
álbum do clarinetista-compositor Ben Goldberg, que utiliza um noneto, assenta-se
na poesia de Allen Grossman, é irritantemente precioso. Isto não é o fim. Logo
Goldberg, o trompetista Ron Miles, o saxofonista tenor Rob Sudduth e a
violinista-vocalista Carla Kihlstedt refratam a canção dentro de uma abstração,
que é refratada outra vez pela pianista Myra Melford, pelo baixista Greg Cohen e
pelo baterista Ches Smith. Intercâmbio de melodia e abstração é a pedra de
toque de “Orphic Machine”, algo que o faz completamente atrativo.
Ainda é um teste secundário. O espírito é superior, e a banda
com largo acompanhamento improvisado serve a este espírito. Esta estratégia
inclui os vocais de Kihlstedt, mesmo quando eles seguram o grupo. Em
“Immortality”, a música gradua a canção triste à celebração, enquanto as letras
passam familiarmente do sucesso para a morte. Kihlstedt sublinha o contraste
repetindo a “morte” seis vezes com os sopros expandindo festividades. Em “Care”
ela recicla a linha título (“Eu encontro a mim mesma no ato de cuidar”) junto
com Miles, que dobra sua frase melódica. Em outra parte, Goldberg e Miles
meditam em uma valsa lenta em “The Inferential Poem”; a guitarra de Nels Cline
e o pizzicato do violino de Kihlstedt giram como um mecanismo de um relógio na instrumental
“The Present” e Melford e o vibrafonista Kenny Wollesen evocam mistério
simplesmente repetindo as escalas próximo do fim do ponto alto do álbum, “Line
of Less Than Ten”. Improvisações frequentemente parecem com reflexão tardia e o
coletivo injeta energia em “Bongoloid Lens”, outro instrumenta,l e Cohen apresenta
diversas exibições efetivas.
Tudo dito, a primeira experiência de Goldberg em música em
larga escala vocal é uma impressiva façanha. Se “Orphic Machine” nunca atinge a
altura do seu predecessor, lançado em 2013, “Unfold Ordinary Mind”, é,
entretanto, um passo significativo em sua rota artística.
Faixas: Reading; Line of Less Than Ten; Bongoloid Lens;
Immortality; The Inferential Poem; How to Do Things with Tears; Care; The
Present; What Was That; The Orphic Machine.
Músicos: Carla Kihlstedt: voz, violino; Ron Miles: trompete;
Ben Goldberg: clarinete; Rob Sudduth: sax tenor; Nels Cline: guitarra; Myra
Melford: piano; Kenny Wollesen: vibrafone, Greg Cohen: contrabaixo; Ches Smith:
bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Michael J. West (JazzTimes)
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