O subtítulo de “Madera Latino” é uma perspectiva latina na
música de Woody Shaw. Ele foi um inovador cujo uso de quatro intervalos e
escalas pentatônicas criou uma nova linguagem para o trompete. Shaw, também
deixou, atrás de si, um corpo de fortes composições. A maioria são sintonizados
em fortes ataques, convidando para a força.
A primeira coisa que você observa no álbum tributo de Brian
Lynch é a naturalidade com que cria um ambiente sonoro em rítmica latina. Shaw frequentemente
usou elementos afro-cubanos em sua música, mas os arranjos de Lynch fazem a
infusão completa. A segunda coisa que você observa da abertura em “Zoltan”, que
a música de Shaw tem novo poder. A energia gerada por quatro percussionistas
(Obed Calvaire/Little Johnny Rivero/Pedrito Martinez/Anthony Carrillo) vem em
sacudidelas como adrenalina. A maioria das faixas têm dois percussionistas e provoca
animação. A terceira coisa que você nota é que Lynch decidiu fazer uma farra de
trompetistas. Não menos que nove neste álbum, dois ou quatro para cada música. Eles
são o próprio Lynch, Dave Douglas, Michael Rodriguez, Sean Jones, Diego Urcola,
Josh Evans, Etienne Charles, Philip Dizack e Bryan Davis.
“On the New Ark” é para a cidade natal de Shaw, Newark, N.J.,
Charles segue primeiro. Ele faz fumaça. Ele pulveriza a canção com balas do
trompete. Então Douglas cobre o entorno. Então Lynch transporta para as alturas.
Os bravios intercâmbios antes do fim satisfarão fanáticos e viciados no trompete.
“Song of Songs” é música “carruagem”. Os solos de Lynch, Evans e Rodriguez são
todos diferentes, mas todos fazem você ver as “carruagens” rolando majestosamente
no Coliseu.
A qualidade do trabalho de trompete destes nove
instrumentistas, nas formações de solo a pós solo, é fenomenal. O álbum nunca
parece uma sessão retalhada. Todos pegam as ideias dos outros e as elaboram por
seu turno. Porém, “elaborar” é um termo bastante desapaixonado. Todos eles
contam tudo. Ninguém soa como Woody Shaw, embora alguns incorporem intervalos
mais amplos que o usual em seus solos, em homenagem à ocasião. E na paixão
contínua deste projeto, eles puxam todo ardor do legado de Shaw. Neste sentido,
eles são mantenedores da sua chama.
Faixas: Zoltan; Sweet Love of Mine; Time Is Right; Just a
Ballad for Woody; In a Capricornian Way; Blues for Woody and Khalid; Tomorrow's
Destiny; Joshua C.; On the New Ark; Song of Songs; Madeira Latino Suite.
Músicos: Brian Lynch, Sean Jones, Dave Douglas, Diego
Urcola, Etienne Charles, Mike Rodriguez, Josh Evans, Philip Dizack, Bryan
Davis: trompete; Zaccai Curtis: piano; Luques Curtis: contrabaixo; Obed
Calvaire: bateria; Pedrito Martinez, Little Johnny Rivero, Anthony Carrillo:
percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)
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