Às vezes não é a marca do tempo que você toca, mas o que
você pode tocar naquele tempo. Desde seu tempo com músicos do M-Base como Steve Coleman às sessões
mais recentes com Rudresh Mahanthappa (bem como seu próprio trabalho como líder),
o guitarrista David Gilmore tem provado que ele pode desatrelar uma criativa
liderança com a metragem mais retorcida. Porém, mais que meramente colocar suas
habilidades à mostra, o guitarrista continua a usar tempos desafiantes como
significante para criar música atrativa.
“Trick of I” inicia com Gilmore e o saxofonista Marcus
Strickland tocando uma linha descendente que desliza rio acima contra a seção
rítmica, ganhando velocidade na continuação. A tensão mitiga quando eles se
movem para os solos, o ritmo por baixo passa para um ágil 4/4 e eles continuam
entrelaçando suas partes sem soar intrometido. “Rajas Guna” torna-se
especialmente frenética, o baterista Antonio Sánchez inspirando e a sustentável
pegada rápida de Gilmore. Esta e faixas onde Strickland aprofunda o som de
ponta a ponta pela duplicação do baixo clarinete e saxofones adicionais,
representam os mais fortes momentos de “Energies of Change”. Em “Dance of
Duality”, o pianista Luis Perdomo realiza firme ascensão, enquanto a seção
rítmica ganha ajuda adicional de Kofo Wanda na talking drum. Poucas faixas não têm muito impulso com “The Seeker”,
onde uma angular frase repetida em uma pouco longa e relaxada leitura de “Revelations”
de Kenny Kirkland. Porém, Gilmore e
companhia oferecem surpresas distintas.
Faixas: Energies of Change; Rajas Guna; Dance of Duality;
The Seeker; Sacred Pause; Over Shadow Hill Way; Awakening; Revelations; Trick
of I.
Músicos: David Gilmore: guitarra e violão; Marcus
Strickland: saxofones alto, tenor, soprano, clarinete baixo; Luis Perdomo:
piano; Ben Williams: baixo; Antonio Sánchez: bateria; Kofo Wanda: talking drum (3).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Mike Shanley (JazzTimes)
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