
A entonação do tenor de Person é suave, calorosa e natural, e
o formato em duo nos traz o lado romântico. Para provar, observe não mais que o
solo borbulhante em “But Beautiful”, que também puxa nossa atenção para o vasto
espaço ressonante entre suas notas. Carter, entrementes, está em completa carga
na harmonia e ritmo da música, bem cônscio das possibilidades múltiplas do
acompanhamento que cada canção apresenta, e capaz de mover-se diretamente entre
um número espantoso destas possibilidades. Dentro de poucos segundos durante a recapitulação
do estribilho em “Young and Foolish” por exemplo, ele estabelece um leve
contorno ambulante, harmoniza com Person duas vezes, formula alguns espertos
tercilhos e pontua o fim de uma medida com uma primorosamente executada passagem
declinante com dupla parada, embora mantendo o controle firme do tempo que você
poderia quase que ouvir um baterista praguejar atrás dele.
Mantendo-se a vibração conversacional do álbum, não é
surpreendente que os dois músicos são aficionados pela repetição, respostas e
brincadeiras com a frase musical de cada um. Consequentemente, ao final de “Can’t
We Be Friends?” eles trocam de lugares; Person vem a ser o mantenedor do ritmo,
tocando uma simples e repetitiva frase musical , enquanto Carter parte para
arrancar glissandos firmes e excêntricos e grandes e vigorosos acordes. Aqui
como em todo lugar, o sentimento predominante é um arco amplo de senso de
alegria.
Faixas
1 Bye Bye Blackbird (Mort Dixon / Ray Henderson) 4:19
2 But Beautiful (Johnny Burke / James Van Heusen) 6:08
3 Young and Foolish (Albert Hague / Arnold Horwitt) 4:09
4 Fools Rush In (Rube Bloom / Johnny Mercer) 7:09
5 Can't We Be Friends? (Paul James / Kay Swift) 4:13
6 Blame It on My Youth (Edward Heyman / Oscar Levant)
6:16
7 I Did Not Know What Time It Was (Lorenz Hart / Richard
Rodgers) 4:42
8 I Can't Get Started (Vernon Duke / Ira Gershwin) 4:21
9 Blue Monk (Thelonious Monk) 3:30
10 When I Fall in Love (Edward Heyman / Victor Young)
4:38
Fonte: Mac Randall (JazzTimes)
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