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domingo, 18 de junho de 2017

DAVE DOUGLAS QUINTET – BRAZEN HEART (Greenleaf Music)



Liderando um quinteto cuja gravação de estreia, “Be Still (Greenleaf Music, 2012)”, foi um ciclo de canção elegíaca dedicada à sua falecida mãe , “Brazen Heart” de Dave Douglas, tristemente, encontra o trompetista / compositor em luto outra vez. Damon Douglas, seu irmão, faleceu em Junho de 2015. Embora, de ponta a ponta a tendência de “Brazen Heart” seja completamente diferente daquela de “Be Still” e do seu antecessor “Time Travel (Greenleaf Music, 2013) ”. Não há vocais em “Brazen Heart”. Também, após muitos meses de excursões e gravações com esta banda, Douglas está claramente desafiando-a (e a nós) de forma intricada, com material mais complicado. Avançadas são as " folhas condutoras" do tipo de músicas (elas realmente existem?) Douglas empenhou-se em escrever para esta banda poucos anos atrás. Claro que o quinteto cresce para a ocasião e de forma vigorosa. Estes são, depois de tudo, cinco dos mais premiados (e ocupados) músicos em ação atualmente. É milagroso que Douglas tenha sido capaz de manter a banda intacta por quatro anos.

A instrumentação permanece simples: um quinteto clássico de jazz acústico. E o processo composicional de Douglas para este grupo permanece profundamente enraizado na tradição do jazz. Embora os membros da banda estejam individualmente envolvidos em algumas experimentações verdadeiramente radicais, Douglas parece preferir outras vias para seus próprios experimentos com eletrônica (exemplo, “High Risk, Greenleaf Music, 2015”) e o cruzamento de gêneros híbridos de músicas. A confortável familiaridade da instrumentação e a inclusão de dois maravilhosos hinos ("Deep River" e "There is a Balm in Gilead") favorecem e “Brazen Heart” é um dos mais arriscados e ousados álbuns de Douglas. E – se você conhece a música de Douglas— isto está dizendo algo.

"Hawaiian Punch", uma peça em tempo médio que justapõe uma prolongada, mas muito bonita, melodiosa contra uma sucessão entalhada de uníssonas batidas sincopadas, que evoca a música de Thelonious Monk e Herbie Nichols em forma altamente personalizada. Complementando os sons de Matt Mitchell, um bocado caprichoso, até você alcançar seus solos profundamente criteriosos. O improviso do baixo virtuoso de Linda Oh está similarmente no ponto. A intelectualmente funkeada "Miracle Gro" é não menos sedutora. Acompanhada por furtivas maquinações de Rudy Royston, todos tomam breves solos sobre as mudanças antes da massiva, tema ultramajestoso salta. Aqui, os solos inclinam-se através de sobressalentes e fria suavidade, embora o material temático providencia o drama. Disto isto, Jon Irabagon manobra para tocar completamente agitado aqui. "Inure Phase" é exatamente isto: tempo super saltitante, escalando linhas melódicas, harmonias veladas, polirritmias loucas e a incrível bateria de Royston rolando e estrondando em todo o lugar. A coisa mais próxima de uma balada entre as novas peças de Douglas é "Phyrric Apology": uma rapsódica peça em tempo médio, que modela solos aquecidos de forma lenta, particularmente atraentes por parte de Douglas e Irabagon antes de decolar para a estratosfera. O restante das inéditas de Douglas não são menos estimulantes, cada exibição para algum diferente aspecto é divertidamente talentosa e a banda expressiva.

Os dois são suavizados e ternos; contrastando, embora não incongruente com o dinamismo cerebral que domina “Brazen Heart”. E não há um sopro de insipidez ou sentimentalismo. Em vez disto, há um palpável senso de firmeza e vigor que tocam aqui. Seguro, é jazz, mas nestas faixas Douglas e seu quinteto parecem estarem sintonizando a mesma espécie moderada com inflexão gospel que artistas com The Band, Sam Cooke, Van Morrison, e Ben E. King são capazes de acessar com estonteante regularidade. Adequadamente, Douglas escolheu homenagear seu irmão corajosamente, impudentemente, andando para frente com alguma da sua mais avançada e tecnicamente desafiante música.   

Faixas: Brazen Heart; Deep River; Hawaiian Punch; Inure Phase; Lone Wolf; Miracle Gro; Ocean Spray; Pyrrhic Apology; There Is a Balm in Gilead; Variable Current; Wake Up Claire.

Músicos: Matt Mitchell: piano; Rudy Royston: bateria; Dave Douglas: trompete; Jon Irabagon: saxofone tenor; Linda Oh: baixo.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Dave Wayne (AllAboutJazz)

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