
Para Snidero, Miles é uma musa mais inspirada do que
técnica, um paradigma no jazz para uma incessante exploração de avanços. MD66 é
uma partida. É Snidero com o volume elevado ao número 11. “Recursion” tem a
inclinação de valsa. O propulsivo piano de Andy LaVerne lança Snidero em,
talvez, seu mais poderoso solo na gravação, arte como catarse. “Free Beauty” é
uma aventura arrojada dentro de uma improvisação livre. Vibrações entalhadas de
Snidero e intervalos acidentados e pegadas vibrantes são novas formas para
novas emoções.
Aqueles que conhecem os três recentes álbuns de Snidero com
o guitarrista Paul Bollenback deve sentir falta de sua sutileza, e deve,
também, sentir falta se sua pura e luxuriante entonação do saxofone alto. Porém,
se “MD66” apresenta um Snidero mais áspero e anguloso, não há ausência de nuances
e refinamentos. “Purge” e a faixa título são tão notáveis por sua precisão
quanto por sua velocidade e intensidade. Sipiagin é um colaborador bem
escolhido. Ele toca trompete com rara combinação de fervor e sutileza.
E para aqueles que sentem falta do velho Snidero, há “Blue
in Green”. Snidero e LaVerne, juntos ao baixista Ugonna Okegwo, fazem uma
tranquila, quase profunda descoberta espiritual na jornada através da paisagem
crepuscular da grande canção. Algum dia Snidero fará um completo álbum empenado
como tributo a Miles Davis.
Faixas: MD66; Recursion; Free Beauty; Unified; Who We've
Known; Un4Scene; Blue in Green; Purge.
Músicos: Jim Snidero: sax alto; Alex Sipiagin: trompete;
Andy LaVerne: piano; Ugonna Okegwo: baixo; Rudy Royston: bateria.
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário