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domingo, 11 de junho de 2017

ROBERTO MAGRIS – ENIGMATIX (Jmood Records)



Como vitrine para os excepcionais talentos do pianista italiano Roberto Magris, “Enigmatix” funciona bem. Magris, que tem devotado vários álbuns à música de outros (Lee Morgan, Elmo Hope, Julian "Cannonball" Adderley) e partilhou o centro do palco com os saxofonistas Herb Geller e Sam Reed dentre outros, retorna os holofotes para si mesmo e seu teclado, desta vez, está em torno de um programa que abarca cinco de suas composições, "My Cherie Amour" de Stevie Wonder e "Do It Again" de Steely Dan.

A despeito do esotérico título do álbum, a música é resolutamente transparente e acessível com nenhuma deficiência na melodia, harmonia ou ritmo. Quanto a Magris, ele é um resoluto praticante do post-bop com uma ágil mão direita e aguçados instintos musicais cujas improvisações são, consistentemente, perceptivas e insinuantes. Ele pode injetar nova vida em baladas ("My Cherie Amour" na qual ele efetua uma introdução floreada) ou suinga firme quando a ocasião exige (como, por exemplo, em "J.F.K. No Key"). Qualquer que seja o espírito ou tempo, Magris parece sempre ter ideias provocativas para compartilhar.

Seus companheiros são não menos qualificados, e juntos eles colaboram para fazer de “Enigmatix” um deleite para ouvir e apreciar. O baixista Dominique Sanders é seguro, o baterista Brian Steever flexível, enquanto o percussionista Pablo Sanhueza adiciona força e cor. A vocalista Monique Danielle aparece em "No Sadness", emprestando uma voz charmosa para um samba balançante de Magris. "Enigmatix", que inicia o álbum, verdadeiramente consiste em duas partes, e cada uma rola por mais de dez minutos (mas "J.F.K. No Key", que é cronometrado em quinze minutos, alcança o prêmio da faixa mais longa). Como outras, "No Key" existe para a maior parte do desembaraçado improviso de Magris, embora Sanders e Steever tenham seus momentos, lá e em outras partes.
Em favor da tepidez melódica, impregnada com percussiva animação, há "Counterparts", na qual Magris e os outros parecem mais relaxados e animados. Bem, isto é uma consistente chamada, assim como todas as coisas parecem estar soltas e otimistas. Como notado anteriormente, uma vitrine encantadora para Roberto Magris, cuja notável capacidade artística possibilita “Enigmatix” distinguir-se na multidão.

Faixas: Enigmatix, Part 1; Counterparts; No Sadness; J.F. No Key; Enigmatix, Part 2; My Cherie Amour; Do It Again.

Músicos: Roberto Magris: piano, compositor, arranjador; Dominique Sanders: baixo acústico e elétrico; Brian Steever: bateria; Pablo Sanhueza: congas, percussão; Monique Danielle: vocal (3).

Fonte: Jack Bowers (AllAboutJazz)

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