Giacomo Gates tem quase quarenta anos em que alguém sugeriu
que ele tentasse cantar. Afortunadamente, para nós, Gates pensou que era uma
boa ideia e, posteriormente, mudou para Nova York City (1989) e começou a
cantar em clubes. Seis anos depois, Gates gravou seu primeiro CD, “Blue Skies”,
e “Everything Is Cool” é o oitavo. Simplesmente, na cena atual, ninguém canta
tanto quanto Gates e isto é um elogio. Ele tem uma habilidade para encontrar esplêndidas
canções de anos passados e ampliar sua inerente inteligência e charme, deste
modo apresentando-as a uma nova geração de ouvintes cujo gosto, certamente, tem
sido comprometido pela banalidade dos atuais ritmos e letras repetitivos.
Em outras palavras, Gates não canta baixo para uma
audiência, mas eleva seu nível de acuidade e eloquência. Se ele tem algum
receio sobre isto, ele rapidamente é suprimido no número de abertura, conforme Gates
afirma em "Everything Is Cool". Letra maravilhosa de Babs Gonzales,
que também escreveu a inteligente "When Lovers They Lose" e
"Here Today and Gone Tomorrow". "If I Were You, Baby, I'd Love
Me" de Timmie Rodgers é outro clássico, um perfeito antídoto para a
melancólica "I Can't Get Started". Para angústia, Gates desfibra a
sardônica "All Alone" de Lenny Bruce para desviar o rumo para a
futilidade divertida de "Please Don't Bug Me" de Frank Rosolino.
Todas as coisas estão em um plano similarmente elevado e
insinuante, de "Hazel's Hips" de Oscar Brown Jr. a "Almost Blue"
de Elvis Costello e "Social Call" de Gigi Gryce (letra de Jon
Hendricks). As (relativamente) mais familiares incluem "Take Five" de
Paul Desmond e "Well You Needn'" de Thelonious Monk. Gates, também,
tem seus momentos, cantando e fazendo scat
em sua divertida e assentada composição, "Who Threw the Glue". Gates está
no passo perfeito em cada uma, com estão seus despachados companheiros, que são
mestre no suporte a Gates e preenchendo os espaços entre as letras. Alguém
poderia desejar por mais parceiros adequados que o tenorista Grant Stewart (fora
da escola do suingue despreocupado de Lester Young / Paul Quinichette), o guitarrista
Tony Lombardozzi ou o pianista John di Martino. Graças às habilidades deles,
Gate, por um momento, não precisa se preocupar com o seu suporte.
Como para seus ouvintes, eles não necessitam se preocupar
por um momento que qualquer canção Gates escolhe para cantar é menos que
talentoso e sedutor, ou que este seu jeito de dizer na canção é menos que
saboroso e perceptivo. Do início ao fim, um dos mais deliciosos e persuasivos
álbuns vocais em qualquer tempo.
Faixas: Everything Is Cool; If I Were You, Baby, I’d Love
Me; When Lovers They Lose; Social Call; Hazel’s Hips; Almost Blue; Take Five;
Who Threw the Glue?; Here Today and Gone Tomorrow; Please Don’t Bug Me; All
Alone; Well You Needn’t / It’s Over Now.
Músicos: Giacomo Gates: vocal; Grant Stewart: saxofone
tenor; John Di Martino: piano; Tony Lombardozzi: guitarra; Ed Howard: baixo;
Willard Dyson: bateria.
Fonte: Jack Bowers (AllAboutJazz)
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