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terça-feira, 4 de julho de 2017

HYPERCOLOR – HYPERCOLOR (Tzadik)



Embora eles tenham atuado juntos por oito anos, o trio de avant-garde de Nova York, Hypercolor, lançou sua autointitulada gravação de estreia este ano. Foi uma espera que valeu a pena, com o guitarrista Eyal Maoz, o baixista James Ilgenfritz e o baterista Lukas Ligeti deixaram-se voar com afiada rudeza, selvagem e inventivo amálgama de provocações melódicas punk e aventura rítmica, que desafia classificação. É jazz? Rock? Um espelho da casa dos horrores à la Frank Zappa? Não importa como você o define, é indiscutivelmente audacioso e hilariante viagem.

As 10 faixas do álbum são composições inéditas, metade de Maoz, que prova ser igualmente adepto de memoráveis frases musicais cortantes e repetidas, como na abertura “Squeaks”, e retalha solto com barulho que causa ruído igual à abertura de uma janela, como em seu esquisito e afiado revestimento metálico em “Palace”. “Forget” evoca um ecoante devaneio carregado com tensão rítmica, e o guitarrista e Ilgenfritz, que toca estritamente baixo elétrico ao longo do álbum, empenam frases em torno de uma outra faixa, “Far Connection”, em passo estudado. “Glowering” de Ilgenfritz combina seu próprio senso rítmico com efeitos eletrônicos e tumultuosos agrupamentos de notas de Maoz, enquanto seu “Little Brother”, a faixa mais longa do álbum, em torno de 10 minutos, magistralmente constrói o espaço melódico de Maoz dentro de uma meditação hipnótica. O baterista, filho do lendário compositor avant-garde, György Ligeti, é uma casa de força polirrítmica, desfraldando pilhas sonoras diversas e adornadas tão natural quanto a respiração. Sua única composição, a enigmaticamente intitulada “Ernesto, Do You Have a Cotton Box?”, casa com um magnetizante tartamudeio rítmico com figuras de inclinação psicodélica na guitarra.

É bastante cedo para contar se o Hypercolor representa uma nova evolução na arte do jazz com inflexão do rock. Porém, no momento, é uma experiência de audição com efeitos expansivos para os ouvidos e a mente. 

Faixas: Squeaks; Chen; Forget; Ernesto, Do You Have a Cotton Box?; Glowering; Palace; Far Connection; Transist; Little Brother; Quixotic.

Músicos: Eyal Maoz: guitarra; James Ilgenfritz: baixo; Lukas Ligeti: bateria, sinos, percussão.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Matt R. Lohr (JazzTimes)

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