
As 10 faixas do álbum são composições inéditas, metade de Maoz,
que prova ser igualmente adepto de memoráveis frases musicais cortantes e
repetidas, como na abertura “Squeaks”, e retalha solto com barulho que causa
ruído igual à abertura de uma janela, como em seu esquisito e afiado
revestimento metálico em “Palace”. “Forget” evoca um ecoante devaneio carregado
com tensão rítmica, e o guitarrista e Ilgenfritz, que toca estritamente baixo
elétrico ao longo do álbum, empenam frases em torno de uma outra faixa, “Far
Connection”, em passo estudado. “Glowering” de Ilgenfritz combina seu próprio
senso rítmico com efeitos eletrônicos e tumultuosos agrupamentos de notas de Maoz,
enquanto seu “Little Brother”, a faixa mais longa do álbum, em torno de 10
minutos, magistralmente constrói o espaço melódico de Maoz dentro de uma
meditação hipnótica. O baterista, filho do lendário compositor avant-garde, György Ligeti, é uma casa
de força polirrítmica, desfraldando pilhas sonoras diversas e adornadas tão
natural quanto a respiração. Sua única composição, a enigmaticamente intitulada
“Ernesto, Do You Have a Cotton Box?”, casa com um magnetizante tartamudeio
rítmico com figuras de inclinação psicodélica na guitarra.
É bastante cedo para contar se o Hypercolor representa uma
nova evolução na arte do jazz com inflexão do rock. Porém, no momento, é uma
experiência de audição com efeitos expansivos para os ouvidos e a mente.
Faixas: Squeaks; Chen; Forget; Ernesto, Do You Have a Cotton
Box?; Glowering; Palace; Far Connection; Transist; Little Brother; Quixotic.
Músicos: Eyal Maoz: guitarra; James Ilgenfritz: baixo; Lukas
Ligeti: bateria, sinos, percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Matt R. Lohr (JazzTimes)
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