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sábado, 26 de agosto de 2017

HENRY THREADGILL ZOOID – IN FOR A PENNY, IN FOR A POUND (Pi Recordings)





O saxofonista/flautista Henry Threadgill organizou Zooid como sua banda veículo há 14 anos, período mais longo que seus maravilhosos e indeléveis trabalhos com Air e Very Very Circus. Este grupo é mais esquemático e controlado dos três, embora continue desenvolvendo novos e excitantes caminhos, graças à incessante maturidade de Threadgill como compositor e conceitualista.

“In for a Penny, In for a Pound” é um trabalho compreendendo 80 minutos com seis seções. Threadgill a chama de “épica” e escreve aquilo que ele originalmente concebeu como “uma corrente de fases” para tocar em um íntimo e refinado trabalho. Há temas similares e intervalos harmônicos em cada seção, frequentemente envolvendo diferentes combinações de instrumentos, dando à peça uma qualidade rodopiante e prismática. A embalagem do CD propaga a música sobre dois discos, cada um iniciando com uma curta introdução, que lidera duas seções mais longas (a mais curta destas tem 16 minutos). Threadgill sustenta que cada uma destas quatro seções foca em um instrumento, e cita-os em títulos como “Dosepic (para cello)”, mas após audições concentradas, eu não pude identificar qual o foco ao lado de breves solos de um instrumento identificado próximo ao meio de cada seção. Todas as seis seções permanecem fascinando constantemente em exercícios mutantes na interação da banda.

“In for a Penny” soa mais expansivo, e “molhado”, que lançamentos anteriores de Zooid. O baixista Stomu Takeishi não está há muito tempo com o grupo, mas Jose Davila arranca material do trombone e da tuba, apresentando uma fundação suave e contraste (ambas dramáticas e extravagantes), que tem sempre sido integral ao trabalho Threadgill. Ele também ama lutar com as entonações dos instrumentos de sopro e cordas e com o companheiro de longa data, o guitarrista Liberty Ellman (que também produziu a gravação), e o relativo recém-chegado Christopher Hoffman no violoncello, há uma plenitude de resolução, o uso do arco, notas inclinadas e dedilhadas tocando de forma camaleônica ao lado de Davila ou Threadgill no sax alto, flauta e flauta baixo. O baterista e percussionista Elliot Humberto Kavee preenche um quinteto que conduz a distinta individualidade ou marcantes intercâmbios conforme a situação permite. E assim com o álbum em seu conjunto: seria identificar qualquer das seções individuais com um minuto de amostra. O conjunto épico raramente prolonga-se, ainda executa uma dança similarmente ágil dentro de cada seção. Para ouvintes e músicos semelhantes, if you’re in for a penny… (ou seja, você deve terminar o trabalho mesmo que seja mais complicado do que você imaginava em tradução livre).

Faixas: In For A Penny, In For A Pound (Opening); Ceroepic (For Drums And Percussion); Dosepic (For Cello); Off The Prompt Box (Exordium); Tresepic (For Trombone And Tuba); Unoepic (For Guitar).

Músicos: Henry Threadgill: saxofone alto, flauta, flauta baixo; Jose Davila: trombone, tuba; Liberty Ellman: guitarra; Christopher Hoffman: violoncello; Elliot Humberto Kavee: bateria, percussão.

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)

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