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terça-feira, 24 de outubro de 2017

JAGA JAZZIST – STARFIRE (Harmonia Mundi)



Se Return to Forever em sua proficiência, em sua mais pesada encarnação sintetizada continuou expandindo a era da música eletrônica para dança, eles deveriam soar mais como o norueguês Jaga Jazzist. Mesmo o seu título do mais novo álbum, “Starfire”, sugere RTF e seu gênero. Porém, em seu sétimo disco, suas habilidades e sintetizadores são realmente a única coisa que mantém a conexão do Jaga Jazzist com o jazz. O resto é uma série de acompanhamentos improvisados, magnetizando à sua maneira, mas também entorpecendo a mente.

Como muito da dance music, as melodias de Starfire são praticamente inexistentes. A faixa título é uma panóplia de zumbidos, frases musicais repetidas e trechos de acompanhamento. Mesmos as quebras em “Big City Music” são colagens de temas reciclados. E há, certamente, pouco para não improvisação. As harmonias seguem a convenção. Os ritmos são insistentes e ilusoriamente simples (o baterista Martin Horntveth adora reverberar, mas suas 16 notas em “Oban”, apenas obscurece a batida).

O núcleo do Jazzist, os irmãos Horntveth-Jaga assumem suas diversões a partir da introdução e interação dos timbres contrastantes. Frequentemente os contrastes estão entre os sintéticos e os orgânicos: Na delicada “Shinkansen”, o dedilhado do violão de Andreas Mjøs está imprensado entre cachos como sonhos eletrônicos, com as flautas de Line Horntveth chegando logo ao topo e emaranhando a si mesmas em adicionais eletrônicas. Em “Prungen” há um pouco de raga indiana alternando com golpes da bateria e distorção do sintetizador. Porém, ninguém segura o interesse por muito tempo. Embora novos elementos sejam constantemente introduzidos, eles quase imediatamente estabelecem excitações, que confiam no contraste do próximo novo elemento. Mesmo quando eles apresentam uma alta energia, o que é frequente, as cinco faixas do Starfire estão todas basicamente em suas próprias marcas de zumbido. Eles podem invocar uma emoção, talvez algo aprazível, mas não algo que encoraje os ativos ouvintes amantes do jazz.

Faixas: Starfire; Big City Music; Shinkansen; Oban; Prungen

Músicos: Marcus Forsgren: guitarras e efeitos; Even Ormestad: baixo e teclados; Andreas Mjøs: vibrafone, guitarras, bateria e eletrônica; Line Horntveth: tuba e percussão; Martin Horntveth: bateria e drum-machines; Lars Horntveth: sax tenor, clarinete baixo, guitarras e teclados; Øystein Moen: teclados; Erik Johannessen: trombone e percussão.

Fonte: Michael J. West (JazzTimes)

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