Uma exuberante flor de lotus é como um ímã para os olhos,
chamando aqueles que apreciam a beleza, vibração e perfeição de formas para
encarar uma das pequenas maravilhas da natureza. O “Lotus” do guitarrista Mike
Moreno tem um similar destino, convocando os ouvidos com encantamentos sônicos e
ideais quiméricos.
Neste quinto álbum de Moreno, o lírico e o caprichoso
colocam-se unidos. A música, em si, pode ser serena e surreal, preenchida com
cores iridescentes, linhas atrativas, balanços gravados e melodias, belamente
modeladas. De certo modo, retorna-se ao trabalho de Moreno no marcante trabalho
do pianista Aaron Parks, “Invisible Cinema (Blue Note, 2008) ”, um álbum que
também incandesce com qualidade prismática. Três quartos da banda daquele
trabalho—Parks, Moreno e o baterista Eric Harland—aparecem aqui, assim, esta
comparação também é notada pelo próprio Moreno.
“Lotus” inicia com uma introdução de violão livremente
executada com inspiração clássica, que claramente conduz para "The Hills
Of Kykuit", um número encantador que demonstra como intensidade vigorosa
pode servir a uma canção. Então há a suave faixa título e a prodigiosa
"Hypnotic". A anterior é um bálsamo para os ouvidos e a alma,
enquanto a posterior encontra Harland com, contra e em torno do resto da banda.
Na maior parte deste trabalho, Moreno é capaz de cozinhar as
coisas na essência delas. E isto não é dizer que é música simples, porque não é.
E não é apenas desnecessariamente complexa. Peças como "The Empress" e
"Can We Stay Forever?" permitem a beleza da escrita de Moreno para
brilharem direto sem distração. Mesmo o mais audaz número como "The Last
Stand", abrindo com um excitante toque de bateria de Harland e movendo-se
rapidamente, parece não sobrecarregada, deixa voar livre de qualquer sobrecarga
estrutural. Com “Lotus”, Moreno encontra o balanço certo entre sofisticação e
clareza.
Faixas: Intro; The Hills Of Kykuit; Lotus; Hypnotic; The
Empress; The Last Stand; Can We Stay Forever?; Blind Imagination; Epilogue-The
Rise.
Músicos: Mike Moreno: violão, guitarra; Aaron Parks: piano, Rhodes piano; Doug Weiss: baixo; Eric
Harland: bateria.
Fonte: DAN BILAWSKY (AllAboutJazz)
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