O trio sem piano é feito sob medida para Rudy Royston. As
combinações comburentes do baterista derivam das suas habilidades, que contêm
bastante atualizações rítmicas, variação textural e criatividade do grupo para
compensar qualquer ausência de enredo de acordes e harmonia. Ele é um dínamo
que pode ser leve ou distorcido conforme a situação autorize.
"Rise of Orion” é uma espécie de sobressalente, mistura
bruta de balanços e erupções esperadas pelos fãs de Royston em sua estréia. Porém
”303”—uma gravação em hepteto realizada em 2014 com denominação de um código de
área do seu nativo Colorado— foi um
expansivo pacote de garra, com um pianista, um guitarrista, dois sopros e dois
baixos reinterpretando músicas do Radiohead
e Mozart tanto quanto suas composições. Desde então, o requisitado Royston tem
sido convidado para numerosas gravações, juntando-se a saxofonistas em dois dos
melhores discos de 2016, “Gratitude” de Tom Tallitsch e “Americana” de JD
Allen. Ele necessitava de um, similarmente, formidável líder em “Rise of Orion”,
e o vibrante e versátil multissaxofonista Jon Irabagon preenche os requisitos.
Irabagon ama mascar um refrão com brio, guinando para longe
das bordas da monotonia após Royston ter redobrado a tensão ou
providenciado contrapontos para compor uma interação que funciona especialmente
bem nos exercícios do tenor em “Nautical” e “Kolbe War”, sendo a última inspirada
pelo filho de Royston evocando batalhas durante um jogo fantasioso de Lego. Assim
como em “303”, há excêntricas reinterpretações. “Make a Smile for Me” de Bill
Withers e “Dido’s Lament”, composta no século XVII por Henry Purcell, tem um
passo tranquilo, que acomoda uma deslumbrante introdução de dois minutos no
padrão do baixista Yasushi Nakamura e Irabagon escalando a intensidade dentro
de um blues intenso ao final. A comovente homenagem à mãe de Royston, “Sister
Mother Clara”, com as linhas augustas de Nakamura e o extremo soprano de Irabagon.
“Rise of Orion” é mais atrativo quando o trio celebra e
ataca, contornado por suaves balanços. Isto
ocorre em “Man O To”, um suporte de quase abrasivo funk inspirado por um poema
de amor de Rumi, e em “We Had It All”, onde Nakamura dedilha, Irabagon atua
forte e Royston mantem o controle com um elástico suingue, que é irresistível.
Faixas :
Rise Of Orion; Nautical; Alnitak; Sister Mother Clara; Man O To; Alnilam; Make
A Smile For Me; Kolbe War; River Styx; Dido's Lament; Mintaka; We Had It All;
Belt.
Músicos: Rudy Royston: bateria Jon Irabagon: saxofones;
Yasushi Nakamura: baixo.
Fonte: Britt
Robson (JazzTimes)
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