
Ao longo dos anos, muitas das grandes figuras,
interessantemente, quase todas residentes na Costa Leste, tocaram no Collective, incluindo Joe Lovano, Joshua
Redman, Dave Douglas, Bobby Hutcherson e Stefon Harris. A edição corrente tem
alguns nomes importantes (o saxofonista alto Miguel Zenón, o saxofonista tenor
David Sánchez, o vibrafonista Warren Wolf) e alguns que são bem menos
conhecidos, mas que estão na lista qualificada do jazz (o baixista Matt Penman,
o baterista Obed Calvaire).
Anualmente, o SFJAZZ incumbe a cada membro da banda uma
composição original e um novo arranjo para um trabalho anual de um compositor
escolhido, e lança uma edição limitada do trabalho. Em 2016, o compositor escolhido
foi Miles Davis. Este trabalho, em dois CDs, gravado ao vivo no SFJAZZ Center, inicia com “So What”,
arranjado pelo trompetista Sean Jones. A imortal, criadora de expectativas
liderança do piano/baixo é transcrita de Kind
of Blue, mas todas as coisas são novas, incluído tempo dobrado da
orquestração impetuosa e a ferocidade dos solos do trombonista Robin Eubanks e
do pianista Edward Simon, ambos contendo fragmentos do solo original de Miles, pairando
sobre eles. É “So What” ampliado e refratado através de novo prisma, revelando
cores novas. O arranjo de Zenón modifica mais drasticamente “Nardis” com a
incorporação de elementos folclóricos do Leste Europeu. “Nardis” explode com
energia exótica e vem a ser uma dança delirante em torno de uma fogueira de acampamento
cigano. “Milestones” deve ser a peça mais completamente reimaginada. Penman mantém
a harmonia de Miles e as vozes dos sopros, mas cria um novo balanço, e move a
melodia para segundo plano como um contexto suavemente provocativo para os
solistas.
Atualmente, compromisso com repertório histórico é menos
comum no jazz do que na música clássica. Os atuais músicos de jazz preferem
executar seu próprio material. Porém, trabalhos de mestres como Miles, assim como
Beethoven, ainda não estão exauridos. Os arranjadores aqui buscam novos
recursos sobre suas próprias criatividade. Eles devem, plenamente, entender que
é algo belo que não é deles e partir daí de descobrir a si mesmos.
Com supergrupos, solos graves e poderosos são assumidos.
Jones está indomitamente inspirado e Calvaire está devastador em “Bitches Brew”
e Penman adiciona novos degraus de perversidade à canção famosamente pecaminosa.
Zenón, um apressado solista, frequentemente ameaça arrebentar o teto do SFJAZZ Center. Porém o Collective possui qualidades que faltam
na maioria das bandas de grandes estrelas, como coesão, disciplina e foco. No
segundo CD, com oito inéditas, os momentos individuais, embora vívidos, sempre
servem aos propósitos da banda. “Tribe” é uma dissertação na bateria de Calvaire,
mas abre um espaço para torrenciais expansões de pensamento de Zenón, que a
compôs. “Canto” é um canto com longas chamadas e encantamentos de seu compositor,
Sánchez. Em sua própia composição, “In the Heat of the Night”, e na de Jones,
“Hutcherson Hug”, os solos de Wolf solos são jornadas sobre memórias
recônditas, e repentinas sucessões de notas alcançam o auge do prazer e caem no
vale da tristeza, com vibratos prolongados. 2017 não oferecerá muitos álbuns de
jazz tão bem concebidos, emocionalmente autêntico e completamente realizados.
Faixas: CD1: So What; Nardis; Milestones; Tutu; Bitches
Brew; All Blues; Joshua; Teo. CD2: Tribe; Canto; Your Turn; 111; In the Heat of
the Night; Shields Green; Hutcherson Hug; Feel the Groove.
Músicos: Miguel Zenón: saxofone alto saxophone; David
Sánchez: saxofone tenor; Sean Jones: trompete; Robin Eubanks: trombone; Warren
Wolf: vibrafone, marimba; Edward Simon: piano, Fender Rhodes (CD-#4-5),
sintetizador (CD2#4-5); Matt Penman: baixo; Obed Calvaire: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)
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