O toque do saxofonista Dayna Stephens e a música que ele
produz em “Gratitude” é natural. Suas linhas robustas e calorosas são plenas de
notas e intenção, mas também sopra subitamente vento e corpos de água. Seus
arranjos, descarnados pelo baixista Larry Grenadier, pelo baterista Eric
Harland e também pelo guitarrista Julian Lage ou pelo pianista Brad Mehldau no
assento dos acordes, são amplos, entusiasticamente antecipando o próximo
momento. Perscrutando o que está à frente, de fato, é especialmente importante
para Stephens neste momento —“Gratitude” celebra sua vitória sobre uma doença
renal.
Apenas tão bem-sucedidos quanto a principal vibração deste álbum
são os experimentos apimentados ao longo dele. “Woodside Waltz” de Lage— o
líder traz apenas uma composição sua para o trabalho— é uma música country que evoca Bill Frisell e
apresenta o guitarrista e Mehldau. “We Had a Sister” de Pat Metheny encontra Stephens
no EWI, emprestando uma sombra etérea
para a balada. E “Clouds” exibe uma influência de música eletrônica e finaliza
com apenas perturbadoras correntes sonoras.
Porém, talvez o momento mais narrativo em “Gratitude” é um
breve olhar sobre “Isfahan”, que apresenta apenas baixo, guitarra e Stephens no
saxofone barítono. No instrumento
notoriamente brusco, Stephens nunca deixa sua zona, oferecendo sutileza e paz. Isto
não é evidência de indisposição para mudança. Apenas o oposto: Stephens conhece
a si mesmo, e os ouvintes deveriam estar gratos.
Faixas:
Emilie; In a Garden; Amber Is Falling (Red and Yellow); Woodside Waltz; We Had
a Sister; The Timbre of Gratitude; Isfahan; Don't Mean a Thing at All; Clouds
& Clouds.
Músicos: Dayna Stephens: saxofones tenor & barítono,
EWI, sintetizador, baixo (9); Julian Lage: guitarra; Brad Mehldau: piano, tack piano (4); Larry Grenadier: baixo;
Eric Harland: bateria e pratos.
Fonte: Brad
Farberman (JazzTimes)
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