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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

HIROMI – SPARK (Telarc Records)



Os músicos de rock se estabelecem como artistas de variedades. Frequentemente, os músicos de jazz não. Hiromi faz isto. “Todas as pessoas que eu respeito na música estão cônscias de produzir a si mesmas: Miles Davis. Herbie Hancock. Pat Metheny”, ela disse. “Eles são muito focados na atmosfera”.

Hiromi é sua própria produtora. Seus concertos têm muitos crescendos melodramáticos de anfiteatros do rock. É impossível tirar seus olhos dela, um pequeno duende com cabelo grande, assim como ela move-se depressa em torno do palco, arremessando-se sobre seu teclado, furiosamente atacando-o. Ela usualmente toca para amplas, barulhentas e adoráveis multidões.

Aquilo que Hiromi traz para uma plateia mais jovem do jazz é bonito. O problema é que em uma gravação de áudio deve basear-se em algo próprio. Sem o estímulo visual, sem o frenesi alimentado pela audiência, sem a “atmosfera”, a música de Hiromi revela-se por aquilo que é: gestual superficial e habilidade sem substância. “Spark” é espasmódico e roteirizado. Suas erupções selvagens são calculadas para produzir efeitos. Assim são momentos autoconscientes, quando ela, espertamente, fica quieta. Se Hiromi é constante e genuinamente espontânea ao longo destas nove faixas, então suas improvisações encontram modelos similares. Os compactos circuitos de blocos de acordes ficam incompletos na faixa título, inflexivelmente repetidos, são representativos.

Os títulos das canções não dão nenhuma pista. “In a Trance” é a coisa mais distante de uma quimera. “Wonderland” é mais maníaca que mágica. Ambas contêm passagens de estonteante velocidade, ambas são exaustivas. As ondas encrespadas de Hiromi possibilitam-lhe a função de distorcer a velocidade. Ela definitivamente está dentro de um degrau de dificuldade, e ela salienta cada aterrisagem. Porém, seu incessante martelar é tudo sobre energia. O que é ela faz é mais atlético, que estético. “Jazz” sente-se como uma palavra errada para isto. É o show de Hiromi. Você tem que estar lá.

     Faixas

1 Spark (Hiromi) 9:04
2 In a Trance (Hiromi) 8:55
3 Take Me Away (Hiromi) 7:26
4 Wonderland (Hiromi) 5:43
5 Indulgence (Hiromi) 8:15
6 Dilemma (Hiromi) 8:49
7 What Will Be, Will Be (Hiromi) 7:40
8 Wake Up and Dream (Hiromi) 8:47
9 All's Well (Hiromi) 7:32

Músicos: Hiromi: piano, teclados; Anthony Jackson: baixo guitarra; Simon Phillips: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)

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