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sábado, 11 de novembro de 2017

JOHN ELLIS & DOUBLE- WIDE – CHARM (Parade Light)



Se você está curioso sobre a maravilha que espera você em “Charm” de John Ellis & Double-Wide, considere o título, ao lado do fato que este é terceiro álbum do quinteto. O saxofonista tenor/clarinetista Ellis, em seu último disco, está com uma impetuosa agitação de musicalidade sem paralelo e inspiração melódica.

A maior parte das faixas de “Charm” foi composta por Ellis durante o Make Jazz Fellowship no 18th Street Arts Center em Santa Monica, e sua permanência na Costa Oeste produziu 10 divertidas composições. “Snake Handler”, conduzida pelo tenor de Ellis, pelo trombone de Alan Ferber e pelo órgão de Gary Versace, serpenteia de forma similar a um réptil. “Barbed Wire Britches” é toda picotada, enquanto “Horse Won’t Trot” trota ao lado em um passo embriagado, embora com dignidade, instigada pelo movimento rápido da bateria de Jason Marsalis. “Old Hotel” mistura lamentações de cabaret do acordeón de Versace com uma ondulante cadência de marcha fúnebre oriunda de Marsalis, e a funkeada “Booker” apresenta uma melodia que você facilmente encontrará emperrada em sua cabeça por diversos dias.

Como instrumentista Ellis está seguro, seus solos são claros, ainda que estruturalmente imprevisível. Ferber, em seu primeiro lançamento com pleno voo livre em amplos espaços no DOUBLE- WIDE (ele foi convidado para o álbum da banda de 2010, “Puppet Mischief”), entrelaça-se com Ellis como irmãos siameses, e Marsalis e o sousafonista Matt Perrine oferece preciso suporte rítmico ainda que brincalhão. Na explosiva “High and Mighty”, os solos de Perrine apresentam-se com surpreendente agilidade de um trompetista, e ele encontra-se em bravia exibição na excêntrica “International Tuba Day”, que soa como uma antiga e perdida gravação de Raymond Scott (as pausas do órgão de Versace são hilárias).

Porém, não há erro: John Ellis & Double-Wide são tão sinceros quanto sua vida, um fato tornado claro no encerramento do álbum, “Yearn”. São linhas crescentes e moduladas pela igreja com desejo não realizado. A coda irresoluta envia o ouvinte a uma ambígua caminhada. Como a estranha criatura da capa, “Charm” é uma besta rara: um autenticamente engenhoso velho tempo.

Faixas: Booker; High And Mighty; Horse Won't Trot; Charm Is Nearly Always Sinister; Old Hotel; International Tuba Day; Snake Handler; Better Angels; Barbed Wire Britches; Yearn.

Músicos: John Ellis: saxofone tenor, clarinete; Alan Ferber: trombone; Gary Versace: órgão, acordeón, piano; Matt Perrine: sousafone; Jason Marsalis: bateria, pratos.

Fonte: Matt R. Lohr (JazzTimes)

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