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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

LYLE MAYS QUARTET – THE LUDWIGSBURG CONCERT (Swr Music)



Se intencionalmente ou não, Lyle Mays parece ter perpetrado um dos grandes atos de desaparecimento do jazz. Por mais de três décadas, iniciando no meio dos anos 70, ele foi um componente integral do Pat Metheny Group, como tecladista, compositor e arranjador; lançou um punhado de álbuns solos bem avaliados e atuou com acompanhante para artistas bem conceituados. Porém, por mais de uma década houve um silêncio no rádio.

Dado seu status de estar sob os radares, a emergência de qualquer música significante de Mays não ouvida anteriormente é um regalo. Este novo trabalho, que não é gravado recentemente, documenta um concerto na Alemanha em 1993, mas é um tesouro, descrito nas notas para o disco com “a única gravação legítima do quarteto acústico de Mays”, formado pelo baixista Marc Johnson, pelo saxofonista Bob Sheppard e pelo baterista Mark Walker, com Mays atuando unicamente no piano. As nove faixas são distribuídas em dois CDs com composições de Mays, exceto por um extenso retrabalho de “Au Lait”, composta por Metheny e Mays e originalmente ouvida no álbum do Pat Metheny Group ( PMG), “Offramp”. 

A performance inicia com “Fictionary”, mais do triplo do tamanho da versão que serviu com faixa título do então vigente lançamento do solo de Mays com Johnson e Jack DeJohnette. Aqui, em incisiva e cristalina fidelidade, Mays expõe o tema solo primeiro, suntuosamente, com quase floreios clássicos. A repentina entrada da banda estronda a ampla abertura, Sheppard soprando intenso, Walker segurando amplo tempo solo e Mays retornando para uma segunda etapa franca, neste tempo deixando o decoro para trás. “Lincoln Reviews His Notes” providencia o primeiro destaque para Johnson, mas o destaque é o trabalho da banda do início ao fim. “Are We There Yet” do álbum do PMG, “Letter From Home”, está impecável e captura a dinâmica do grupo no topo. O final, “August”, do trabalho solo de Mays de 1988, “Street Dreams”, renega algo da sua original visão audaciosa de música de câmara por uma abordagem mais sutil, mas não menos tocante.

Faixas: Disco 1: Fictionary; Either Ornette; Chorinho; Lincoln Reviews His Notes. Disco 2: Hard Eights; Disbelief; Are We There Yet; Au Lait; August.

Músicos: Lyle Mays: piano; Bob Sheppard: saxofone; Marc Johnson: baixo; Mark Walker: bateria.

Fonte: Jeff Tamarkin (JazzTimes)

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