
Dado seu status de estar sob os radares, a emergência de
qualquer música significante de Mays não ouvida anteriormente é um regalo. Este
novo trabalho, que não é gravado recentemente, documenta um concerto na
Alemanha em 1993, mas é um tesouro, descrito nas notas para o disco com “a
única gravação legítima do quarteto acústico de Mays”, formado pelo baixista Marc
Johnson, pelo saxofonista Bob Sheppard e pelo baterista Mark Walker, com Mays atuando
unicamente no piano. As nove faixas são distribuídas em dois CDs com
composições de Mays, exceto por um extenso retrabalho de “Au Lait”, composta
por Metheny e Mays e originalmente ouvida no álbum do Pat Metheny Group ( PMG),
“Offramp”.
A performance inicia com “Fictionary”, mais do triplo do
tamanho da versão que serviu com faixa título do então vigente lançamento do
solo de Mays com Johnson e Jack DeJohnette. Aqui, em incisiva e cristalina fidelidade,
Mays expõe o tema solo primeiro, suntuosamente, com quase floreios clássicos. A
repentina entrada da banda estronda a ampla abertura, Sheppard soprando
intenso, Walker segurando amplo tempo solo e Mays retornando para uma segunda
etapa franca, neste tempo deixando o decoro para trás. “Lincoln Reviews His
Notes” providencia o primeiro destaque para Johnson, mas o destaque é o
trabalho da banda do início ao fim. “Are We There Yet” do álbum do PMG, “Letter
From Home”, está impecável e captura a dinâmica do grupo no topo. O final,
“August”, do trabalho solo de Mays de 1988, “Street Dreams”, renega algo da sua
original visão audaciosa de música de câmara por uma abordagem mais sutil, mas
não menos tocante.
Faixas:
Disco 1: Fictionary; Either Ornette; Chorinho; Lincoln Reviews His Notes. Disco
2: Hard Eights; Disbelief; Are We There Yet; Au Lait; August.
Músicos:
Lyle Mays: piano; Bob Sheppard: saxofone; Marc Johnson: baixo; Mark Walker: bateria.
Fonte: Jeff
Tamarkin (JazzTimes)
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