
Bill O’Connell tem sido um dos líderes não latinos de
praticantes do jazz latino desde os anos 1970. Ele tem colaborado com Mongo
Santamaria, Dave Valentin, Paquito D’Rivera, Jerry González e Astrud Gilberto. Ele
também lidera seu próprio Latin Jazz
All-Stars. Seu novo álbum revela uma jovial negligência com a presumível
fronteira entre a música latina e o jazz tradicional. É um recital de piano solo,
belamente gravado na excelente acústica do Carnegie-Farian
Room, um espaço com 100 lugares na Nyack
Library em Nyack, Nova York.
“Afro Blue” de
Santamaria ganha a vivacidade do cruzamento de ritmos afro-cubanos e impulsiona
as rajadas do hino explosivo da versão de John Coltrane. “The Song Is You” é
uma densa e completa interpretação de Kern/Hammerstein, mas também dançante que
só pode advir de um pianista que tocou com os mais pungentes percussionistas. Surpreendentemente,
as peças mais memoráveis são as baladas. “Dindi” é uma das mais amadas e melancólicas
canções de Antônio Carlos Jobim. O’Connell passa para digressões lentas e
fluentes que combinam e relaxam como trágicas e doces memórias. Johnny Burke e
Jimmy Van Heusen são compositores referenciais, mas O’Connell interpreta a
composição deles, “It Could Happen to You”, como se fosse sua, distribuindo
fragmentos dentro de um amplo e suntuoso desenho.
Como muitos álbuns de jazz atuais, este é um que teria mais
força se O’Connell tivesse interpretado mais canções de grandes compositores e
menos de sua própria lavra. Porém, “Hither Hills” é uma bela balada. É uma
série de arrebatados e diversificados gestos unificados por única emoção.
Faixas: The Song Is You; Dindi; Monk's Cha Cha; It Could
Happen To You; Zip Line Afro Blues; Hither Hills; Gibberish; White Caps.
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)
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