Para o seu primeiro álbum solo, a guitarrista Mary Halvorson
originalmente buscou trazer sua distinta ornamentação para suportar standards como “Reflections” e “Ruby,
MyDear” de Thelonious Monk. Porém, em algum lugar ao longo do caminho ela
assenta um conjunto mais impressivo de interpretações que inclui peças de
colegas como Chris Lightcap, Tomas Fujiwara e Noël Akchoté em conjunção com
trabalhos de Duke Ellington, Ornette Coleman e McCoy Tyner. Lança algumas
poucas escolhas surpresas de composições de Oliver Nelson, Annette Peacock,
Carla Bley e Roscoe Mitchell e o final do repertório deveria aguçar a
curiosidade sobre o que suas linhas concisas e entonação com pontuações
inclinadas podem produzir à sua própria forma.
É fácil
avaliar álbuns feito inteiramente com músicas de outras pessoas em comparação
com novas interpretações do material fonte. Porém, a abordagem de Halvorson
para o seu instrumento, onde o uso do pedal aparece em locais mais inesperados,
melodias tranquilas comovem como registros de Dalí, ritmos mudam sem nenhuma
transição , significa que “ Meltframe” pode ser desfrutado com ou sem
conhecimento anterior do material de origem. Seu lado não jazzístico aparece,
inesperadamente, como fiapos na tomada do rock-garagem “Cascades” de Nelson, um
acompanhamento improvisado que transfere, sem emendas, à palheta. “Platform” de
Lightcap, brevemente, passa para um clássico de Pink Floyd durante um colapso,
com um circuito que evoca o espamódico Farfisa
organ. Estes efeitos marcantes nos pedais também fazem “Cheshire Hotel” soar
como se o gravador estivesse se autodestruindo, embora a normalidade retorne
rapidamente como um eco de palmada estilo Sun
Records. Porém, Halvorson também demonstra lirismo, como no lento arrasta
pé country em “Ida Lupino” ou em
“Solitude”, que requer que o ouvinte descubra a melodia em um mar de pesados
efeitos vibração.
Álbum instrumentais
solo, especialmente feitos por músicos com inclinação para uso mais da mão
esquerda, frequentemente requerem um pouco mais de paciência devido ao nível de
profunda introspecção deles. “Meltframe” torna-se bravio, mas a energia e foco
do toque de Halvorson nunca decai.
Faixas:
Cascades; Blood; Cheshire Hotel; Sadness; Solitude; Ida Lupino; Aisha;
Platform; When; Leola.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Mike Shanley (JazzTimes)
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