Quando foi gravado em Outubro de 2015, “Dream Deferred” foi
a maneira do baterista e líder Ralph Peterson endereçar à polícia a enxurrada
de tiros em um homem negro desarmado e a ausência da responsabilidade final que
resultou. Quando o disco foi lançado, apenas uma semana antes da eleição de Donald
Trump, veio a ser mais um previdente apelo contra armas. A música em si não é
manifestamente política – é inteiramente instrumental, sem vocais ou letras—
mas a referência a Langston Hughes ,
no título, o fato que o Aggregate Prime
consiste em cinco astutos e engajados músicos negros, e a existência da injustiça refletiu em todos
títulos para combinar uma perceptível exortação na interação da banda.
Peterson disse que seu objetivo foi misturar os instrumentos
no novo quinteto para equiparar com o furor da turba cercando as descargas da
brutalidade policial e , especificamente, a flauta de Gary Thomas como uma
inspiração semelhante àquela do trabalho de Eric Dolphy nos anos 1960. A
gravação inicia com “Iron Man” de Dolphy e a banda suportada pelos seus integrantes,
como o guitarrista Mark Whitfield, o pianista Vijay Iyer e o baixista Kenny
Davis juntando-se à Peterson e Thomas em densas harmonias e uma farra de
pontilhismo de notas e batidas. As próximas oito canções são compostas por
membros do grupo, quatro por Peterson e uma pelos demais integrantes. Mesmo as
francamente ebulientes, como “Emmanuel the Redeemer” de Whitfield beneficiam-se
da sofisticação do grupo. Observem a forma como Whitfield, Davis e Peterson atuam
para quebrar o passo sem andar em mera fileira acelerada ou linhas uníssonas. Este
é o tipo de hard bop de Iyer, e é um
chute inicial para ouví-lo aninhar-se com solo relativamente direto. Em contraste,
seu “Father Spirit” e “Fearless” de Davis suingam com singular agilidade
métrica, mesmo com o estabelecimento de um final desprendido por parte de
Peterson como um grã-fino manejando um gatilho antes do furacão de batidas. As
duas faixas finais retrabalham belas composições. Outra complexa composição é
“Who’s in Control” de Thomas de 1999, substitui o acompanhamento improvisado
original do baixo de Whitman como wah-wah.
“Monief Redux” de Peterson é um tórrido vai e vem flexível de uma canção que foi
lançada primeiro em sua estreia pela Blue
Note, 28 anos atrás.
Estes encerramentos misturam recordações e sentimentos novos
em consonância com o tema do disco. Como Hughes nos relembra no título do
poema, sonhos protelados frequentemente esgotam-se, são mais celebrados, têm má
reputação, suavizam e explodem. Aggregate
Prime opõe a decadência com soluções antigas, avanço no conhecimento e o novo,
mais inexoravelmente sonhador.
Faixas: Iron Man; Emmanuel the Redeemer; Strongest Sword;
Dream Deferred; Father Spirit; Fearless; Queen Tiye; Who's in Control; Monief
Redux.
Músicos: Ralph Peterson: bateria; Kenny Davis: baixo; Mark
Whitfield: guitarra; Vijay Iyer: piano; Gary Thomas: saxofone tenor, flauta.
Fonte: Britt Robson (JazzTimes)
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