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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

RALPH PETERSON ´S AGGREGATE PRIME – DREAM DEFERRED (Onyx Music Label)



Quando foi gravado em Outubro de 2015, “Dream Deferred” foi a maneira do baterista e líder Ralph Peterson endereçar à polícia a enxurrada de tiros em um homem negro desarmado e a ausência da responsabilidade final que resultou. Quando o disco foi lançado, apenas uma semana antes da eleição de Donald Trump, veio a ser mais um previdente apelo contra armas. A música em si não é manifestamente política – é inteiramente instrumental, sem vocais ou letras— mas a referência a Langston Hughes , no título, o fato que o Aggregate Prime consiste em cinco astutos e engajados músicos negros, e  a existência da injustiça refletiu em todos títulos para combinar uma perceptível exortação na interação da banda.

Peterson disse que seu objetivo foi misturar os instrumentos no novo quinteto para equiparar com o furor da turba cercando as descargas da brutalidade policial e , especificamente, a flauta de Gary Thomas como uma inspiração semelhante àquela do trabalho de Eric Dolphy nos anos 1960. A gravação inicia com “Iron Man” de Dolphy e a banda suportada pelos seus integrantes, como o guitarrista Mark Whitfield, o pianista Vijay Iyer e o baixista Kenny Davis juntando-se à Peterson e Thomas em densas harmonias e uma farra de pontilhismo de notas e batidas. As próximas oito canções são compostas por membros do grupo, quatro por Peterson e uma pelos demais integrantes. Mesmo as francamente ebulientes, como “Emmanuel the Redeemer” de Whitfield beneficiam-se da sofisticação do grupo. Observem a forma como Whitfield, Davis e Peterson atuam para quebrar o passo sem andar em mera fileira acelerada ou linhas uníssonas. Este é o tipo de hard bop de Iyer, e é um chute inicial para ouví-lo aninhar-se com solo relativamente direto. Em contraste, seu “Father Spirit” e “Fearless” de Davis suingam com singular agilidade métrica, mesmo com o estabelecimento de um final desprendido por parte de Peterson como um grã-fino manejando um gatilho antes do furacão de batidas. As duas faixas finais retrabalham belas composições. Outra complexa composição é “Who’s in Control” de Thomas de 1999, substitui o acompanhamento improvisado original do baixo de Whitman como wah-wah. “Monief Redux” de Peterson é um tórrido vai e vem flexível de uma canção que foi lançada primeiro em sua estreia pela Blue Note, 28 anos atrás.

Estes encerramentos misturam recordações e sentimentos novos em consonância com o tema do disco. Como Hughes nos relembra no título do poema, sonhos protelados frequentemente esgotam-se, são mais celebrados, têm má reputação, suavizam e explodem. Aggregate Prime opõe a decadência com soluções antigas, avanço no conhecimento e o novo, mais inexoravelmente sonhador.

Faixas: Iron Man; Emmanuel the Redeemer; Strongest Sword; Dream Deferred; Father Spirit; Fearless; Queen Tiye; Who's in Control; Monief Redux.

Músicos: Ralph Peterson: bateria; Kenny Davis: baixo; Mark Whitfield: guitarra; Vijay Iyer: piano; Gary Thomas: saxofone tenor, flauta.

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)

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