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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

HENRY THREADGILL ENSEMBLE DOUBLE UP – OLD LOCKS AND IRREGULAR VERBS (Pi Recordings)



O recente vencedor do Pulitzer, Henry Threadgill, apenas faz importantes gravações. No jazz avant-garde, ele é um artista reverberante e superior e um artista provocador. “Old Locks and Irregular Verbs” é significativo ao menos em três aspectos. Threadgill, um grande multi-instrumentista de instrumentos de palheta, não atua aqui. Double Up é seu novo grupo em 15 anos. E sua primeira banda a apresentar piano.

Porque é Henry Threadgill, passou diretamente de 50 anos sem piano para uma banda com dois. Suas bandas frequentemente incluem poucos músicos, mas para seu primeiro uso de pianistas eles escolheu dois jovens mestres, Jason Moran e David Virelles. O resto do hepteto é formado por Roman Filiu e Curtis MacDonald nos saxofones alto, Jose Davila na tuba, Christopher Hoffman no cello e Craig Weinrib na bateria.

O álbum é uma suíte em quatro partes em tributo a “Conduction” do inovador e cornetista Butch Morris, camarada de Threadgill por 40 anos, que faleceu em 2013. É uma revelação para ouvir pianos na banda de Threadgill, com todas amplas sonoridades e densidades harmônicas que Moran e Virelles podem, conjuntamente, gerar. A suíte tem um objeto especial e instrumentação singular, mas ainda é a clássica música de Threadgill, o que leva você a aprender como ouví-la.

Em vez de melodias de ponta ou progressão de acordes, há princípios organizativos como uma infraestrutura modular/matemática e o que Threadgill tem chamado uma “linguagem serial interválica”. O contraponto enigmático é penetrante. A banda raramente acomoda-se. Há muitas coisas separadas indo na direção do que se pode sentir como um circo com três arenas (Ou sete arenas; Threadgill uma vez teve uma banda denominada Very Very Circus). Aprender a ouvir, requer que você resista à tentação de buscar a zona de conforto de “solos”, e em vez de ouvir como formações de diversos elementos agregam novos conceitos de forma. Os três movimentos da suíte são amplamente compostos e cuidadosamente arranjados. Porém, eles parecem terem nascidos naquele momento. “ Eu quero que meus músicos apresentem ideias espontâneas”, Threadgill disse. “A única maneira de fazê-los realizar isto, é retirar as usuais dicas do passado”.

A ausência de “dicas usuais” permite destravar e desenraizar incursões individuais e, na ausência de melhor palavra, chamar os solos de tuba de Davila como sombrios e enigmáticos na “Part One” e de tranquila expansão meditativa da bateria de Weinrib na “Part Two”. Na maioria significante, Moran e Virelles respondem por uma nova situação criativa com alguns dos mais audaciosos e inspirados trabalhos das suas carreiras. Eles impulsionam para frente ideias novas, não em um “duo de piano”, mas em um ebuliente coro de piano.

O risco dos processos de Threadgill é que eles podem ocorrer como frios e esotéricos jogos. Porém, seu memorial para Morris, seu amigo falecido, confronta profunda emoção pessoal. No movimento final da suíte, “Double Up” vem a ser uma banda de funeral. Os pianistas iniciam Part Four lentamente, como se relutante para intrometer-se no silêncio, cada um buscando correlativas tristezas. Suas canções fúnebres fluírem e mudarem de direção por causa da tristeza não é simples. A tristeza descende quando os outros instrumentos se unem a uma mistura de lamentação, tão pesada que apenas se move. Porém nesta elegia, neste profundo hino, a banda, de início quase imperceptivelmente, começa a ascender e cantar, e a suíte encerra em um crescendo de liberação e afirmação.

Faixas: Part One; Part Two; Part Three; Part Four.

Músicos: Henry Threadgill: composição; Jason Moran: piano; David Virelles: piano; Roman Filiu: saxofone alto; Curtis MacDonald: saxofone alto; Christopher Hoffman: cello; Jose Davila: tuba; Craig Weinrib: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)

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