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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

KU-UMBA FRANK LACY & THE MINGUS BIG BAND – MINGUS SINGS (Sunnyside)



Talvez mais que outro moderno compositor de jazz, Charles Mingus apresenta um desafio para qualquer um tentar um álbum tributo. Sua perspicácia, profundidade musical e personalidade maior que a vida, tudo decomposto dentro da sua escrita, fazendo sua música difícil de fazer justiça. Não que seja impossível, “Weird Nightmare”, o tributo dirigido por Hal Willner em 1992, apresentou um arrojado grupo e o utilizou os instrumentos do excêntrico compositor Harry Partch, e na maior parte foi bem-sucedido, a despeito da sua natureza superabundante. “Orange Was the Color” um álbum em dueto do cornetista Kirk Knuffke e do pianista Jesse Stacken de 2011, ficou preso aos trabalhos mais melódicos de Mingus.

Ku-umba Frank Lacy compreende os desafios do território e aposta mais alto elaborando um trabalho completo vocal das músicas de Mingus, um gênero que o baixista, fundamentalmente, não atuou. Normalmente um trombonista como Lacy tem a voz ideal para este programa, combinando uma sinceridade empedrada (e um pouco de ceceio) com qualidade rica e profunda que adiciona drama aos momentos mais pesados. O retorno da Mingus Big Band, da qual Lacy é uma base, assegura que os arranjos carregam a marca do compositor. A banda usa os arranjos originais de Mingus ou aqueles longamente associados a Sy Johnson.

As letras vêm de diversas fontes. “Weird Nightmare”, “Eclipse” e “Portrait” seria familiar ao estilo de Mingus, e Lacy as apresenta em suas ciladas poéticas. Sue Mingus escreveu a letra de “Noonlight”, uma peça magnífica nunca gravada anteriormente, e ela captura a essência de seu marido. As peças de Joni Mitchell em colaboração com Mingus obtêm menos sucesso, com sentimento brincalhão, especialmente a prolixa “Dry Cleaner From Des Moines”. Elvis Costello contribui com duas letras, mas linhas como “It’s hard to wake up with your silly, cracked crown” (“Invisible Lady”) desprende-se da intelectualidade do trabalho. Quando a banda engrena, tudo é perdoado.

Faixas: Consider Me; Dizzy Profile; Weird Nightmare; Portrait; Goodbye Porkpie Hat; Sweet Sucker Dance; Invisible Lady; Duke Ellington's Sound of Love; Dry Cleaner From Des Moines; Noonlight; Chair in the Sky; Eclipse; Jelly Roll.

Músicos: Frank Lacy: voz; Jack Walrath, Alex Norris, Lew Soloff: trompete; Conrad Herwig, Coleman Hughes, Earl McIntyre: trombone; Alex Foster: sax alto, sax soprano, flauta, clarinete; Craig Handy, Wayne Escoffery, Abraham Burton, Brandon Wright: sax tenor; Ronnie Cuber: sax barítono; David Kikoski: piano; Helen Sung: piano; Boris Kozlov: contrabaixo; Mike Richmond: contrabaixo; Donald Edwards: bateria.

Fonte: Mike Shanley (JazzTimes)

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