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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

MELISSA ALDANA – BACK HOME (Wommusic)



Melissa Aldana está caminhando para ser uma saxofonista tenor influente no jazz por décadas. Aos 24 anos ela venceu, em 2013, o Thelonious Monk International Jazz Competition, e seguiu com Melissa Aldana & Crash Trio um ano depois. Crescida em uma família musical (ela foi ensinada por seu pai e ainda toca o instrumento do seu avô), ela foi afiada nas realidades e reverberou Sonny Rollins quando jovem, mas ela estimulou sua remota alma com uma destreza contemporânea e sofisticação harmônica de forma similar a Greg Osby ou ao guitarrista Kurt Rosenwinkel.

Em “Back Home”, Aldana mantem o formato de trio e seu companheiro chileno Pablo Menares no baixo, enquanto substitui o baterista Jochen Rueckert por Francisco Mela. Como com o Crash Trio, a maioria das músicas da banda são inéditas, quatro compostas por Aldana e as outras divididas igualmente pelos membros da seção rítmica. Há uma intensidade silenciosa no processo da maioria destes números, uma ausência de longos solos ou a prevalência do lirismo em favor de frases elípticas e em fervura lenta e batidas aparadas à parte. É música que merece uma audição concentrada, mas é difícil negar o glorioso alívio que ocorre nas faixas cinco e nove após três ou quatro destas composições. A primeira quebra é a única reinterpretação do álbum, “My Ship” de Kurt Weill com uma magnífica pujança que mistura a acidez nasal de Coleman Hawkins com a expansão na parte mais baixa de Ben Webster (Aldana tem carinho pelas memórias do toque com seu pai, enquanto ela crescia). O segundo recesso, que encerra o trabalho, é a faixa título, um quase calipso escrita em homenagem a Rollins e leve acompanhante para “M&M” do Crash Trio.

Há muito que desfrutar nas faixas mais desconjuntadas. Em “Alegria”, Aldana toca com a magnificência tranquila e perspicácia investigativa de Wayne Shorter. “Desde La Lluvia” de Menares tem uma melodia elegante que se resolve como uma canção folclórica, concebendo uma enganosa e aparentemente improvisada ponte no meio. “Servant” de Rueckert tem seu suingue agitado por um intrusivo acompanhamento improvisado ao longo da música. Esta é música para músicos, propositadamente esvaziando a ingenuidade em vez de ser suingante.

Faixas: Alegria; Desde La Lluvia; Obstacles; En Otro Lugar; My Ship; Servant #2; Before You Go; Time; Back Home.

Músicos: Melissa Aldana: saxofone tenor; Pablo Menares: baixo; Jochen Rueckert: bateria.

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)

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