A música de Steve Coleman tem soado, há muito, largamente
distante da influência do lado sul da sua nativa Chicago, não porque estes
elementos estejam desaparecidos, mas porque ele cria um universo híbrido que
deve mais à África e Europa, e ao folk, funk, clássico e jazz. Seu mais recente
lançamento, “Morphogenesis”, embora favorecendo ao desenvolvimento musical de Coleman,
apresenta aquilo que está presente no seu distante “Drop Kick (BMG, 1995) ” e
salta para “Harvesting Semblances and Affinities (Pi Recordings, 2010). O álbum
mais antigo despe-se e o elaborado repertório da posterior gravação parecem ser
a inspiração para esta nova música.
O provedor da música M-Base
(Macro-Basic Array of Structured
Extemporization), Coleman, chegou em um ponto que seu trabalho nem é um
estilo nem um subgênero, mas um processo cognitivo onde os componentes são
derivados das experiências de vida. A ausência de marcas convencionais de tempo
é uma das principais abordagens do método e é, em parte, conduzida com a
eliminação do uso tradicional da bateria, embora Neeraj Mehta forneça a
percussão em quatro das nove faixas. No Five
Elements de Coleman, o trompetista Jonathan Finlayson está há mais tempo
com os membros do Council of Balance,
Maria Grand no saxofone tenor, a violinista Kristin Lee, a vocalista Jen Shyu, o
baixista Anthony Tidd, Rane Moore no clarinete e o pianista Matt Mitchell agrega-se.
Similar ao título da suíte em “Synovial Joints (Pi
Recordings, 2015) ”, os movimentos do corpo humano executam um significante
papel em “Morphogenesis”. A suíte "Synovial Joints" foca em quatro
partes na correlação de vários movimentos humanos da cabeça ao quadril. Aqui, as
composições "Inside Game", "Pull Counter", "Roll Under
and Angles", "Shoulder Roll" e "Dancing and Jabbing" são
movimentos todos relatados em luta. Sem o benefício da primeira leitura das
notas do disco, isto não seria óbvio. O que é claro, entretanto, é o senso de
fluidez e fluência. Nesta extensão, elas são composições hipnotizantes mesmo
sem estar informado do contexto pretendido. "Morphing", como o nome
indicaria, move-se para dentro e para fora de várias ideias livremente
construídas, alguns sendo mais exóticas, especialmente quando Lee e Moore estão
envolvidos. A peça consequentemente muda completamente quando Mitchell lidera e
a sensibilidade post-bop assume a
direção. Ao tempo em que o álbum conclui com "Horda", a fluidez está
trabalhando com abstrações de uma peça que tece através de múltiplos temas. Coleman
e Finlayson estão às vezes trabalhando em uníssono e em outras vezes com o
toque de Coleman hesitantemente e ao contrário das longas linhas do trompetista.
Há muitos efeitos em “Morphogenesis”, da abertura blueseira
de "Roll Over..." aos mais pronunciados acentos africanos em "NOH".
Frequentemente, o que parece como um fluxo de consciência, é enganosamente uma
visão bem estruturada e execução de ideias espontâneas de Coleman e a
incorporação delas em diferentes linguagens musicais. A música, que parece
fluir naturalmente é um efetivo e completo desafio para a audição. “Morphogenesis”
é uma construção substancial modelar do processo desenvolvido por Coleman.
Faixas: Inside Game; Pull Counter; Roll Under and Angles;
NOH; Morphing; Shoulder Roll; SPAN; Dancing and Jabbing; Horda.
Músicos: Steve Coleman: saxofone alto; Jonathan Finlayson:
trompete; Maria Grand: saxofone tenor; Rane Moore: clarinete; Kristin Lee:
violino; Jen Shyu: vocal; Matt Mitchell: piano; Greg Chudzik: baixo; Neeraj
Mehta: percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
Fonte: Karl Ackermann (AllAboutJazz)
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