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domingo, 21 de janeiro de 2018

STEVE COLEMAN - MORPHOGENESIS (Pi Recordings)



A música de Steve Coleman tem soado, há muito, largamente distante da influência do lado sul da sua nativa Chicago, não porque estes elementos estejam desaparecidos, mas porque ele cria um universo híbrido que deve mais à África e Europa, e ao folk, funk, clássico e jazz. Seu mais recente lançamento, “Morphogenesis”, embora favorecendo ao desenvolvimento musical de Coleman, apresenta aquilo que está presente no seu distante “Drop Kick (BMG, 1995) ” e salta para “Harvesting Semblances and Affinities (Pi Recordings, 2010). O álbum mais antigo despe-se e o elaborado repertório da posterior gravação parecem ser a inspiração para esta nova música.

O provedor da música M-Base (Macro-Basic Array of Structured Extemporization), Coleman, chegou em um ponto que seu trabalho nem é um estilo nem um subgênero, mas um processo cognitivo onde os componentes são derivados das experiências de vida. A ausência de marcas convencionais de tempo é uma das principais abordagens do método e é, em parte, conduzida com a eliminação do uso tradicional da bateria, embora Neeraj Mehta forneça a percussão em quatro das nove faixas. No Five Elements de Coleman, o trompetista Jonathan Finlayson está há mais tempo com os membros do Council of Balance, Maria Grand no saxofone tenor, a violinista Kristin Lee, a vocalista Jen Shyu, o baixista Anthony Tidd, Rane Moore no clarinete e o pianista Matt Mitchell agrega-se.

Similar ao título da suíte em “Synovial Joints (Pi Recordings, 2015) ”, os movimentos do corpo humano executam um significante papel em “Morphogenesis”. A suíte "Synovial Joints" foca em quatro partes na correlação de vários movimentos humanos da cabeça ao quadril. Aqui, as composições "Inside Game", "Pull Counter", "Roll Under and Angles", "Shoulder Roll" e "Dancing and Jabbing" são movimentos todos relatados em luta. Sem o benefício da primeira leitura das notas do disco, isto não seria óbvio. O que é claro, entretanto, é o senso de fluidez e fluência. Nesta extensão, elas são composições hipnotizantes mesmo sem estar informado do contexto pretendido. "Morphing", como o nome indicaria, move-se para dentro e para fora de várias ideias livremente construídas, alguns sendo mais exóticas, especialmente quando Lee e Moore estão envolvidos. A peça consequentemente muda completamente quando Mitchell lidera e a sensibilidade post-bop assume a direção. Ao tempo em que o álbum conclui com "Horda", a fluidez está trabalhando com abstrações de uma peça que tece através de múltiplos temas. Coleman e Finlayson estão às vezes trabalhando em uníssono e em outras vezes com o toque de Coleman hesitantemente e ao contrário das longas linhas do trompetista.

Há muitos efeitos em “Morphogenesis”, da abertura blueseira de "Roll Over..." aos mais pronunciados acentos africanos em "NOH". Frequentemente, o que parece como um fluxo de consciência, é enganosamente uma visão bem estruturada e execução de ideias espontâneas de Coleman e a incorporação delas em diferentes linguagens musicais. A música, que parece fluir naturalmente é um efetivo e completo desafio para a audição. “Morphogenesis” é uma construção substancial modelar do processo desenvolvido por Coleman.

Faixas: Inside Game; Pull Counter; Roll Under and Angles; NOH; Morphing; Shoulder Roll; SPAN; Dancing and Jabbing; Horda.

Músicos: Steve Coleman: saxofone alto; Jonathan Finlayson: trompete; Maria Grand: saxofone tenor; Rane Moore: clarinete; Kristin Lee: violino; Jen Shyu: vocal; Matt Mitchell: piano; Greg Chudzik: baixo; Neeraj Mehta: percussão.


Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=HaWfzqur1Lk



Fonte: Karl Ackermann (AllAboutJazz)

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