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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

WILLIE NELSON – SUMMERTIME: WILLIE NELSON SINGS GERSHWIN



Sugerir que a voz de Willie Nelson envelheceu é como dizer que uma sequoia parece, de algum modo, nodosa. Certo que a marca registrada do som de Nelson cresceu mais quando ele envelheceu, um pouco mais crestado. Porém, coloque esta última coletânea de standards junto ao seu marcante “Stardust”, de 1978, e será muitíssimo difícil detectar o hiato de aproximadamente quatro décadas. Aquela cadência trotante, suave como córrego do interior, com uma narrativa aconchegante como um confortável edredom, que permanece tão cativante quanto antes. Não é o incomparável estilo vocal de Nelson o único elo de união entre os discos. Sua irmã e antiga companheira de banda, a tecladista Bobbie, estabelece a ponte entre os dois (aqui intercambiando com Matt Rollings), como faz o ás da gaita Mickey Raphael. O baterista Jay Bellerose, os baixistas David Piltch e Kevin Smith e o guitarrista Dean Parks complementam a banda. E, claro, Nelson ainda está verdadeiramente apaixonado com o que faz.

Entre a dúzia de joias buriladas que preencheram “Stardust”, Nelson apresentou apenas uma canção de Gershwin, “Someone to Watch Over Me”. Uma concisa réplica é incluída aqui, capturando o mesmo doce anseio. Realmente, embora ele inclua números animados como “They All Laughed”, “I Got Rhythm” e “Somebody Loves Me”, todas as 11 faixas de Gershwin parecem imersas na sabedoria de Nelson, cartas de um coração bem escolado no amor e perdas (Nunca “It Ain’t Necessarily So” ressoou completamente assim pungente, nem a faixa título foi exposta assim tão triste). Dois convidados adicionam toques singulares: Cyndi Lauper, que sintoniza uma divertida petulância em “Let’s Call the Whole Thing Off” e Sheryl Crow, que modela um encantador amálgama de Doris Day e Patsy Cline na terna “Embraceable You”.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Christopher Loudon (JazzTimes)

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